terça-feira, 4 de novembro de 2014

LEI - Cecília Meireles


O que é preciso é entender a solidão!
O que é preciso é aceitar, mesmo, a onda amarga 
que leva os mortos. 

O que é preciso é esperar pela estrela 
que ainda não está completa. 

O que é preciso é que os olhos sejam cristal sem névoa,
e os lábios de ouro puro. 

O que é preciso é que a alma vá e venha; 
e ouça a notícia do tempo, 
e. entre os assombros da vida e da morte, 
estenda suas diáfanas asas, 
isenta por igual. 
de desejo e de desespero. 

Cecília Meireles, in 'Poemas (1954)'

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