quinta-feira, 30 de abril de 2015

SONHOS...



Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos não têm alicerces. Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais. Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades e corra riscos para executar seus sonhos. Melhor é errar por tentar do que errar por omitir. (Augusto Cury)

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Omolu -cultura afro



Dizem que o velho Omolu caminhava indiferente a tudo. Passos lentos, típico dos idosos, andar trôpego... Não ouvia quando as pessoas o chamavam para um simples cumprimento. Outros, vendo um velhinho tão simpático, lhe chamavam apenas para cumprimentar, mas ele seguia indiferente.

_Deve estar surdinho - diziam alguns, atribuindo a indiferença à idade.
Omolu não estava surdo, tampouco era mal educado. Apenas tinha adquirido o ouvido seletivo que a idade lhe permitia. Sabia que não tinha tempo a perder. Em pensamento abençoava cada um que o chamava, mas não queria gastar seu tempo com amenidades. Sabia que coisas mais importantes o esperavam lá na frente. Mas preferia permanecer em silêncio e oração.
Omolu passou a ser mal visto por alguns.

_É um velho antipático - diziam - não responde a um simples cumprimento.
Não... Omolu apenas sabia que tinha que continuar caminhando.
E assim foi... caminhou até que encontrou uma casa pobre, uma cabana coberta de de palha - muito parecida com as palhas que lhe serviam de roupa.
Sem muitos rodeios entrou na cabana. Ali encontrou uma criança doente, com febre alta, pústulas pelo corpo. As feridas eram tão fétidas que até os pais, mesmo amando imensamente a criança, tinham receio de tocá-las.

O velho Omolu nada disse. Apenas continuou sussurrando sua prece. E passou sua mão trêmula sobre o corpo doente da pobre criança.
Imediatamente a febre sumiu e as feridas começaram a estourar: haviam virado pipoca, e saltava de um lado para outro, de forma tão inesperada que a criança que se encontrava doente até sorriu.

Sem dizer mais nada, o velho Omolu se levantou e saiu da cabana, continuando sua caminhada lentamente e em silêncio, apenas balbuciando sua prece.

Os poucos que presenciaram a história compreenderam e espalharam a história. As pessoas não criticaram mais Omolu e, ao contrário disso, passaram a respeitar seu silêncio.
Agora, sempre que Omolu passava, em respeito as pessoas diziam: "Atotô"!!! - que significa "silêncio, ele está na terra".

Douglas Fersan

PARAÍSO X INFERNO




"O PARAÍSO é aquele lugar onde o humor é britânico, os cozinheiros são franceses, os mecânicos são alemães, os amantes são brasileiros e tudo é organizado pelos suíços.

O INFERNO é aquele lugar onde o humor é alemão, os cozinheiros são britânicos, os mecânicos são franceses, os amantes são suíços e tudo é organizado pelos brasileiros".

GENTILEZA GERA SAÚDE




Como uma dieta diária de emoções positivas 
altera o funcionamento do corpo

O trabalho criativo é fascinante. O sujeito está lá, pressionado pelo prazo, pelo cliente, pelo chefe, torturado pela obrigação de traduzir uma ideia em três palavras. Precisa ser uma mensagem sintética e eficaz. Dessas que grudam nos miolos e produzem o movimento desejado: um impulso de consumo, uma sensação, uma mudança de comportamento. O coitado tenta um, dois, três, trinta caminhos e fracassa.

Se tiver sorte, é liberado para pegar umas horinhas de sono. Dorme, acorda, se enfia no chuveiro e, enquanto esfrega o shampoo no couro cabeludo ensebado, pumba! Lá vem ela. Límpida, exata, a mais perfeita tradução do que pretendia comunicar.

Fico elucubrando a respeito dessas etapas sempre que um slogan me conquista. Leio, admiro, sinto e me pergunto qual será o cérebro por trás da ideia. Quem inventou? Como inventou? Com que facilidade ou sofrimento inventou? Foi no chuveiro? Na academia? No momento em que a pasta de amendoim escorregou sobre o pão?

Tendo a achar que as boas ideias nunca surgem no ambiente de trabalho. Comigo é assim. Minhas ideias são rebeldes. Só aparecem quando tenho alguma ilusão de liberdade. Aí agarro um guardanapo, uma caderneta soterrada na bolsa, um lenço de papel, um recibo de cartão de débito para anotar as palavras certas enquanto é tempo.

Sempre achei que algo semelhante tivesse acontecido com o felizardo criador da frase “gentileza gera gentileza”. É uma mensagem perfeita, na forma e no impacto. Ela induz um sentimento de boa vontade em relação aos desconhecidos. Alguém que escolheu usar uma camiseta com essas palavras ou colou no carro esse adesivo deve ser, pelo menos em tese, uma pessoa respeitosa, interessante.

Só recentemente descobri que essa frase não foi criada por um redator profissional. É obra de uma personalidade urbana carioca, conhecida como profeta Gentileza, morto em 1996. Ele andava de túnica branca e barba longa e, nos anos 80, criou 56 painéis sob um viaduto da Avenida Brasil. Um deles trazia a frase genial.

Estou convencida de que gentileza gera gentileza, mas há quem sustente que gentileza gera saúde. Uma delas é a psicóloga Barbara Fredrickson, professora da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Ela é uma das tantas pesquisadoras que buscam explicar como o bem-estar emocional produz saúde física.

Pessoas que vivem relações afetuosas e são capazes de encarar a maioria dos desafios com otimismo tendem a viver mais e com mais qualidade. Diferentes estudos sugerem que emoções positivas fortalecem o sistema imune. Por consequência, diminui o risco de contrair resfriados e conviver com processos de inflamação crônica. Outros trabalhos indicaram menor propensão a doenças cardiovasculares, dores de cabeça, fraqueza etc.

Em seu novo trabalho, publicado na revista Psychological Science, Barbara investiga como as emoções afetam o nervo vago. Ele é responsável pela inervação de diversos órgãos, como o coração, o estômago, o pulmão, o intestino delgado, entre outros. Por meio dele, o cérebro é informado sobre o estado das vísceras.

Quando um susto, um stress agudo acelera os batimentos cardíacos e coloca o organismo inteiro em alerta, o nervo vago e seus auxiliares trabalham para restabelecer a normalidade. Eles reduzem a pressão arterial e normalizam os batimentos cardíacos.

Nesses tempos de stress crônico, é fundamental encontrar formas de manter o nervo vago funcionando adequadamente. Do contrário, o corpo inteiro sofre.

Sessenta e cinco voluntários se inscreveram no novo estudo de Barbara. Metade do grupo participou de aulas de meditação compassiva, uma técnica destinada a desenvolver sentimentos como bondade e compaixão.

Durante as sessões, eles foram instruídos a focar a mente em suas próprias preocupações. Aos poucos, deveriam incluir as aflições das pessoas com que se relacionavam.

Em silêncio, deveriam repetir frases como: “Você pode se sentir seguro”; “Você pode se sentir feliz”; Você pode se sentir saudável”. Sempre que a mente vagasse por outros lugares, os praticantes deveriam trazê-la de volta a essas frases.

Fora das aulas, em momentos estressantes ou chatos como ficar preso num congestionamento, eles deveriam se esforçar para fixar a mente nesses pensamentos. “É algo como suavizar o próprio coração para estar mais aberto aos outros”, disse Barbara à revista Time.

Cascata das bravas? Conversinha de autoajuda? Pelo sim, pelo não, vale a pena acompanhar os resultados do trabalho.

Antes do início do estudo e ao final dele, a variação da frequência cardíaca dos voluntários foi analisada. Essa é uma medida da resposta do nervo vago. Quanto mais tonificado é o nervo, maior é a variação da frequência cardíaca. E mais baixo é o risco de doenças cardiovasculares. O nervo também participa do controle dos níveis de glicose e da resposta do sistema imune.

Além de tudo isso, o vago tem papel importantíssimo na forma como nos relacionamos. Está ligado aos nervos que sintonizam nossos ouvidos com a fala humana, coordena o contato visual e regula a expressão das emoções. Também influencia a liberação de oxitocina, um hormônio importante para a formação de vínculo entre as pessoas.

Todos os participantes (os que meditaram e os que não participaram das aulas) registraram as emoções positivas e negativas vividas no cotidiano durante 61 dias.

Resultado: quem meditou registrou um aumento de emoções positivas, como alegria, interesse, serenidade e conexão com outras pessoas. Essas sensações foram acompanhadas de uma melhoria na função do nervo vago.

É um sinal de que uma dieta diária de emoções positivas favorece a saúde. E o mais interessante: esses benefícios podem ser mensuráveis.

Só meditar, no entanto, não adianta. A alteração na função do nervo só ocorreu naqueles em que a prática realmente ajudou a melhorar as emoções. Não houve mudança no padrão fisiológico entre os que meditaram, mas emocionalmente continuaram na mesma.

É um bom começo. Resta saber se os benefícios fisiológicos da prática e da mudança de olhar sobre os fatos são sustentáveis no longo prazo. Novos estudos estão em andamento.

Enquanto eles não ficam prontos, que tal colocar um pouquinho de gentileza no seu dia? Responder ao bom dia que alguém lhe deseja. Segurar a porta do elevador e oferecer passagem. Não avançar sobre a travessa de comida assim que o garçom a coloca sobre a mesa se decidiu dividir o prato com uma colega de trabalho – principalmente se você é homem e ela tiver idade quase suficiente para ser sua mãe.

Recentemente, recebi todas essas demonstrações de falta de gentileza. Nenhum dos autores as interpretou como gafe ou deslize. Se essas são as novas regras de convivência, prefiro viver à moda antiga.

Gentileza gera gentileza. Gentileza gera saúde.

CRISTIANE SEGATTO

FÉ E FOFOCA





Um dos meus livros prediletos é Os miseráveis, de Victor Hugo, do século XIX. Creio que um dos trabalhos mais apaixonantes da minha vida foi traduzi-lo e adaptá-lo para jovens. Uma das passagens mais marcantes, descrita em detalhes no original, fala do poder da fofoca. Fantine é mãe solteira e deixou sua filha, a menina Cosette, aos cuidados de um casal, a certa distância da cidade onde se fixou. Trabalha como operária e envia quase tudo o que ganha para o sustento da menina. Só que não sabe ler e escrever. Recorre a um profissional para redigir suas cartas e ouvir as respostas. As colegas de trabalho desconfiam. Para quem tantas cartas, afinal? Convencem o homem que as escreve não a revelar seu conteúdo – ele é discreto –, mas a fornecer o endereço para onde são enviadas. Uma delas, então, viaja às próprias custas para apurar a história. Volta com a satisfação de “saber de tudo”. Conta o que sabe para todas. Estigmatizada numa época em que ser mãe solteira era uma desonra, Fantine briga com as outras. É demitida por moralismo. Acaba nas ruas como prostituta. Quem leu o livro, viu algum dos filmes ou versões teatrais inspirados na obra sabe que ela vende os dentes e cabelos para depois morrer tragicamente. Onde começou toda a sua via-crúcis? Na curiosidade sobre a vida alheia.

Acredito que a fofoca é maléfica. É fundamentada no preconceito. Tem o poder de destruir vidas. Em sua primeira peça de teatro, em 1934, a escritora americana Lilian Hellman (1905-1984) aborda o tema. A peça, The children’s hour, foi sucesso na Broadway e ganhou versão cinematográfica com as estrelas da época, Audrey Hepburn e Shirley MacLaine. Aqui no Brasil, o filme ganhou o título de Infâmia. (Procurem, vale a pena ver.) Narra a história de duas mulheres, sócias fundadoras de uma escola infantil nos Estados Unidos. Uma aluna as acusa de ter uma relação homossexual. Não têm, de fato. Mas a avó da garota espalha a fofoca na comunidade. Perdem os alunos, quebram financeiramente e, finalmente, uma delas se suicida. Histórias como essa são frequentes. No mundo artístico, encontro jovens que deixaram a cidade distante onde viviam, porque não suportavam mais os falatórios. Certa vez, em visita à pequena Bernardino de Campos, interior de São Paulo, onde nasci, conversei com um rapaz de cabelos pintados de verde, num estilo meio punk, cuja família se mudara para lá. Fazia faculdade, mas queria voltar a São Paulo, onde trabalhava como motorista. Eu me espantei:

– Prefere o trânsito de São Paulo a terminar um curso universitário, ter uma carreira?
– Aqui, meu cabelo virou até notícia na rádio – respondeu ele.

Por que falo sobre tudo isso?

Sim, sei que a proposta de “cura gay”, do deputado Marco Feliciano, já foi muito comentada. Seria chover no molhado dizer quanto isso nos ridiculariza internacionalmente, já que a Organização Mundial da Saúde não classifica a homoafetividade como doença e, portanto, não se trata de algo a curar. Mas quero olhar a questão por outro ângulo. Todo esse movimento liderado por Feliciano, entre os evangélicos, e pela deputada Myrian Rios, como católica carismática, entre outros, não pode ser confundido com fé. É uma enorme curiosidade pela vida alheia. Como fofoca transformada em questão política. Convivo com esse tipo de comportamento não é de hoje. Tenho uma tia que frequenta a igreja Assembleia de Deus. Nunca corta os cabelos, devido a uma interpretação do Velho Testamento, em que eles são descritos como “véu da mulher” – embora nada proíba Feliciano de depilar as sobrancelhas. Adolescente, eu morava em Marília, interior de São Paulo. Uma jovem evangélica da Assembleia deixou de ser virgem. A fofoca se espalhou no templo. A moça foi expulsa publicamente da igreja. Não é o primeiro preceito cristão acolher os pecadores?

Normatizar a vida dos fiéis é exercer poder sobre eles. Esse poder é exercido pela fofoca entre os membros da comunidade religiosa, que passam a controlar o comportamento uns dos outros. Trazer esse tema, da igreja, para a política, é um acinte para a sociedade. Quanto mais se fala em “cura gay”, mais cresce o preconceito. E o preconceito estimula a fofoca, o controle sobre o comportamento alheio. É um risco para quem acredita nas liberdades individuais. Inevitavelmente surgirão novas vítimas, como a Fantine de Victor Hugo.

WALCYR CARRASCO

COMO NOSSOS PAIS





Comecei a cantarolar baixinho e o taxista perguntou se eu queria que ele aumentasse o volume. Tocava no rádio nada mais nada menos que "Father and Son", de Cat Stevens, hino de minha adolescência.

Eu e minha amiga Vânia ficávamos deitadas no tapete da sala lendo a letra no encarte do LP, acompanhando Stevens com nosso sofrível inglês e total sofreguidão.

O rapaz aumentou o volume, também adorava a música. "Mas não é ele cantando, é?" --perguntei. Meu amigo taxista não sabia dizer, talvez fosse jovem demais. Havia muito tempo que eu não ouvia a canção. Fiquei esperando a parte de meu maior prazer, quando, quase em esgares, Stevens cantava "How can I try to explain? When I do, he turns away again. And it's always been the same, same old story...". Não vinha. Não veio.

A voz até parecia ser dele, mas quem cantava percorria tão suavemente a crise entre o pai e o filho, talvez até desse mais corpo à voz do pai, que acabei concluindo: "Não, não é ele. Ele cantava o filho que quer sair de casa quase gritando, com muito mais emoção".

Quando a música terminou, o locutor da rádio me desmentiu. Era o próprio. O que teria acontecido? Seria uma regravação? Eu me lembrei de que Stevens tinha se convertido ao islamismo. Talvez tivesse regravado a canção de forma mais branda, coisas de religião, sei lá.

Voltei a olhar pela janela suspeitando que a melhor explicação para a nova versão aguada de meu hino revolucionário talvez fosse só os atuais cabelos brancos do artista. À esta altura, Stevens não era mais filho, e sim pai. Talvez avô.

Eu me entristeci um pouco por saber que a "minha" "Father and Son" havia sido substituída e fui para casa pensando nesse ciclo inevitável no qual percebemos assustados que fazemos muitas coisas como nossos pais.

Antes de começar a escrever, fui pesquisar na internet para ouvir de novo a nova versão. Não achei nenhuma regravação de "Father and Son" pelo próprio Cat Stevens, tampouco por Yusuf Islam, seu atual nome islâmico. Tremi. Muito provavelmente, a versão ouvida no táxi era a mesma da minha adolescência.

Será que foram meus ouvidos de mãe que se tornaram insensíveis à eloquência com que Stevens me fazia acompanhá-lo aos berros, no tapete de minha juventude? Ponho os fones de ouvido e, aos poucos, vai me voltando a emoção e a vontade de cantar junto. Mas que é verdade que hoje também me emociona a parte do pai, lá isso é. Os cabelos brancos são meus.

DENISE FRAGA

COMPUTADOR CONSEGUE LER SONHOS EM TEMPO REAL





Cientistas japoneses criam técnica para enxergar o que uma pessoa vê enquanto está sonhando.

Pela primeira vez na história, cientistas conseguiram penetrar no mundo dos sonhos - e enxergar o que uma pessoa vê enquanto ela está dormindo. A nova técnica, que combina dois exames de mapeamento do cérebro e um computador inteligente, foi desenvolvida por cientistas de cinco universidades japonesas, que em 2008 já tinham criado uma técnica para ler a mente de pessoas acordadas.

A nova experiência aconteceu da seguinte forma: um grupo de voluntários dormiu no laboratório enquanto sua atividade cerebral era monitorada por máquinas de eletroencefalograma e ressonância magnética. As ondas cerebrais mudam quando estamos sonhando, então é possível saber quando isso está acontecendo. Os cientistas deixavam a pessoa sonhar por algum tempo, acordavam-na e perguntavam o que tinha visto. As imagens que cada voluntário relatou foram associadas aos registros da atividade cerebral dele, e tudo isso programado num computador, que recebeu os dados de 200 sonhos.

O computador aprendeu. E se tornou capaz de analisar as ondas cerebrais em tempo real e determinar, com 80% de precisão, o que uma pessoa está vendo durante o sonho. Com limitações, claro: ele só reconhece 20 coisas, como "carro, "homem" e "mulher". Mas é a maior janela já aberta para o mundo dos sonhos. "Saber mais sobre o conteúdo deles e como se relacionam com a atividade cerebral pode nos ajudar a entender sua função", diz o neurocientista Yukiyasu Kamitani, um dos autores do estudo.

por Salvador Nogueira e Bruno Garattoni

terça-feira, 28 de abril de 2015

Minha Boemia (fantasia)



Eu caminhava, as mãos soltas nos bolsos

gastos;
O meu paletó não era bem o ideal;
Ia sob o céu, Musa! Teu amante leal;
Ah! E sonhava mil amores insensatos

Minha única calça tinha um largo furo.
Pequeno Polegar, eu tecia no percurso
Um rosário de rimas. A Grande Ursa,
O meu albergue, brilhava no céu escuro.

Sentado na sargeta, só, eu a ouvia
Nessa noite de setembro em que sentia
O odor das rosas, que vinho vigoroso!

Ali, entre inúmeros ombros fantásticos,
Rimava com a débil lira dos elásticos
De meus sapatos, e o coração doloroso!

ARTHUR-RIMBAUD

PAPO BRABO




A verdade é que não se escreve mais como antigamente, pois naquele tempo não havia computadores, e, por incrível que pareça, nem mesmo canetas esferográficas.

Porém, se fôssemos registrar em papel todos os absurdos do ser humano, não sobraria sequer uma resma para os cartões de Natal.
Moral: Pode ser que esse texto seja incoerente, mas faz muito mais sentido do que o massacre dos sem-terra. Antes que eu me esqueça: a reforma agrária já começou. Criaram um ministério.

Isso posto, não de gasolina nem de saúde, já que uma é cara e a outra é carente, vamos ao que interessa. Quando digo vamos ao que interessa, vem-me logo à mente a pergunta: interessa a quem? A mim, pensará o leitor desavisado. O leitor avisado perceberá facilmente que estou me referindo a assuntos interessantes e, se não forem, também não interessa.

Resolvido essa questão da maior importância para aqueles que assim pensam, passo a seguir ao tema central da discussão, por sinal uma discussão que se perpetua enquanto dura.

A pergunta é a seguinte: como abordar um tema central quando se está fora do centro e, por isso mesmo, longe do efeito da força centrífuga? Como ficam nisso tudo o centro do poder, o centro espírita, o centro da cidade e o centro sempre discutido das pessoas autocentradas? Convenhamos, o que é centro para uns é esquerda para outros e direita no sentido de quem vem.

Infelizmente, quando se entra em assunto tão polêmico, ninguém se atreve a responder. Mesmo porque, ainda nem foi perguntado. Se for e quando for, tenho certeza de que sempre haverá alguém para discordar e eu perdôo, pois essas contradições são inerentes à alma humana.
Disse alma humana? Que dizer, então, das outras almas? Da desumana, da penada, da alma do negócio e, principalmente, da alma minha gentil que te partiste / tão cedo desta vida descontente / repousa lá no céu eternamente?

Não quero parecer ilógico, mas seria de péssimo gosto trazer mais uma vez à baila essa intrigante questão. Aliás, pensando bem, ou mesmo pensando mal, por que trazer à baila e não levar ao baile? Ou mesmo trazer o baile à baila?

Nunca tiveram a coragem de revelar essa incongruência histórica: no baile da Ilha Fiscal ninguém pagava imposto de renda.
Digam o que disserem: a dura realidade é que nenhum intelectual que se preze pode desprezar-se.
Tenho a mais absoluta convicção de ter sido claro e objetivo na colocação dessas idéias.
Para finalizar, termino.

JÔ SOARES

UM ACERTO DE CONTAS




Um dia, peguei uma revista americana para folhear, mas não consegui abri-la. Meus olhos se prenderam à fotografia da capa e ali ficaram, hipnotizados. Era uma foto em close de um lobo ou cão de pêlo escuro, com os dentes à mostra e os olhos arregalados. Embora o título ao pé da foto dissesse Anatomia do medo, para mim aquela imagem não era a tradução do medo

– mas sim de outro sentimento, poderoso e destruidor, que num primeiro instante não pude precisar.
Continuei olhando: os olhos cor de fogo, o pêlo reluzente, os caninos como marfim velho, de pontas finíssimas; a gengiva escura, a língua vermelha, banhada em saliva. A imagem era de um realismo impressionante, o animal parecia a ponto de saltar do papel. Pensei, num delírio, que se ele o fizesse, eu não me deixaria morrer de forma passiva, mas o agarraria pelo pescoço e apertaria com toda a força. Seria uma luta encarniçada. E, nesse instante, veio a compreensão do sentimento que me evocava a fotografia: não era medo, era ódio.A constatação me deixou inquieta. Sempre tive dificuldade de lidar com a raiva. E,nessa época, a raiva era um sentimento que fermentava dentro de mim, à minha revelia. Havia uma razão para eu me sentir assim: minha mãe começava a mostrar os primeiros sintomas do Mal de Alzheimer. Como qualquer doença que afeta as faculdades mentais, o Alzheimer costuma provocar misericórdia – mas
também suscita sentimentos menos nobres, como a revolta, a raiva e, em conseqüência, a culpa. Era o que acontecia comigo.Mamãe, que sempre fora uma mulher forte, independente e decidida, tornara-se um ser frágil, súplice, uma mulher carente, emocionalmente desequilibrada. E eu vinha tendo enorme dificuldade de conviver com a pessoa desconhecida que surgia de dentro dela. Baixei a cabeça e tornei a observar os olhos cor de fogo do lobo preto, na capa da revista. Havia um animal igual àquele dentro de mim.

Quando se manifesta, o Mal de Alzheimer traz consigo vários males, que se infiltram na vida do doente e de todos que convivem com ele. A raiva é um desses males. Os parentes não conseguem compreender o que está acontecendo, negam a doença – ou simplesmente a desconhecem

– e com isso acabam sendo tomados por um sentimento de revolta.Hoje, depois de conviver com a doença de minha mãe por mais de dez anos, eu me arriscaria a dizer que se houvesse um maior esclarecimento sobre o problema, os casos de violência contra os idosos diminuiriam. Ao anunciar, em setembro último, a Campanha Nacional de Conscientização sobre o Mal de Alzheimer, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) divulgou uma previsão assustadora: em dez anos, vai quase dobrar o número de pessoas com a doença no Brasil.

Hoje, há cerca de 16 milhões de brasileiros com mais de 80 anos, faixa etária em que a percentagem de casos de Alzheimer pode chegar a quase 40 por cento. Em 2017, serão 24 milhões de idosos acima dessa faixa etária. Se, entre esses, houver dez milhões com demência senil, e se contarmos as pessoas que estão em volta deles – filhos, maridos e mulheres, irmãos, acompanhantes

– estamos falando de um universo de talvez 40 milhões de pessoas.São projeções, mas já dá para pressentir esses números: é raro falarmos no assunto Alzheimer sem ouvir o interlocutor dizer que tem um caso na família ou que sabe de alguém que tem. O Mal parece estar em toda parte. E continuamos sabendo tão
pouco sobre ele.Quem nunca conviveu com um caso de demência senil pensa que o Mal de
Alzheimer é simplesmente a perda da memória. Mas não é. É uma doença cheia de faces, um mal progressivo e desestabilizador, que nos faz perder as referências, porque um de seus primeiros sintomas é a modificação da personalidade. A princípio de forma sutil, essa mudança vai aumentando e contaminando as relações. Às vezes, o doente se transforma no avesso de si mesmo: torna-se manhoso, quando era corajoso; brigão, quando era pacífico; desafiador, quando era cordato. Além disso, todas as dores mal trabalhadas, todas as mágoas acumuladas ao longo de anos – coisas naturais nas convivências
familiares – começam a aflorar. Os pequenos nós, os pontos doloridos, se fazem sentir com mais agudeza, e isso torna as relações entre o doente e seus parentes quase insuportáveis.Quando minha mãe apresentou os primeiros sintomas, eu não tinha a menor ideia do que estava acontecendo. Achava que envelhecer era assim. Demorei muito a procurar ajuda médica especializada e acredito que isso tornou mais difícil minha relação com ela. Por outro lado, não creio que a demora em consultar um especialista tenha sido determinante para a evolução da doença: os remédios que existem hoje são, em alguns casos, capazes de retardar um pouco o processo, mas não há cura. Nem prevenção.Na verdade, ninguém sabe direito o que causa o Mal de Alzheimer e as demências senis correlatas. No caso de minha mãe, os remédios experimentados – alguns caríssimos, importados – deram um resultado mínimo e, mesmo assim, acompanhado de efeitos colaterais (um deles provocou rigidez muscular em mamãe, que praticamente parou de andar, recuperando os movimentos assim que suspendeu o medicamento).

O neurologista que a atendeu disse que ela não sofria apenas de Alzheimer, mas de uma combinação de doenças senis, incluindo a demência com corpos de Lewy e a demência fronto-temporal, ou doença de
Pick. Na época, ouvi aquilo e não entendi nada. Depois, estudando o assunto na internet, fiquei sabendo que os corpos de Lewy são estruturas cheias de proteína, que matam ou modificam os neurônios; e que a doença de Pick afeta os lobos frontal e temporal, atingindo mais o comportamento do que a memória. Mas, nos dois casos, ninguém sabe por que isso acontece. E não há cura.

O mesmo se dá com o Mal de Alzheimer: quando, em 1906, o neuropatologista alemão Alois Alzheimer pesquisou o cérebro de uma paciente sua, morta aos 55 anos com demência precoce, e descobriu emaranhados fibrosos dentro de seus neurônios, ele estava inscrevendo seu nome na história da medicina. Mas o que até hoje ninguém sabe é por que esses emaranhados neurofibrilares e placas neuríticas – que, a grosso modo, apagam os neurônios – aparecem.Há um inegável fator genético, mas a doença tem sido também associada a fatores externos, como impulsos elétricos, stress e alimentação (a incidência de alumínio encontrada em cérebros de portadores da doença é altíssima), entre outros. Uma pesquisa feita há alguns anos mostrou que entre os portadores de demências senis há uma grande percentagem de pessoas solitárias – ou melhor, que se dizem solitárias, mesmo não sendo.

Uma amiga minha garante que o Mal de Alzheimer é mais comum entre pessoas incapazes de superar as próprias perdas, pessoas que guardam mágoas e alimentam o sofrimento. Será?Devemos deixar aos cientistas a busca dessas respostas. Mas, enquanto isso, temos de aprender a conviver com o problema da melhor forma possível. E, se os remédios ainda não são tão eficazes assim, entender o que está acontecendo é muito importante. Faz toda a diferença do mundo.

Em minha mãe, a doença teve inúmeras faces e fases, começando com os lapsos, os esquecimentos, as confusões (estes, sim, naturais da idade) e logo desembocando na gradual, porem inexorável, transformação da personalidade. Junto com esta, começaram os sintomas mais graves: depressão,
manias, paranóia persecutória e por fim alucinações. De repente, eu tinha em casa uma psicótica, capaz de tudo – até mesmo de violência.

Em meio a esse turbilhão de horrores, nem sempre é fácil ter compaixão. Em geral, o que eu mais sentia era raiva. Era o lobo selvagem dentro de mim, mostrando seus dentes. Não me envergonho de dizer isso. Houve momentos, durante o processo de esfacelamento da mente de minha mãe, em que senti que me degradava também, que me desfazia, que ameaçava resvalar perigosamente para o outro lado – o lado da insanidade. Acho que essa foi uma das razões que me levaram a escrever um livro sobre o Mal de Alzheimer.

Quando me sentei no computador, não sabia ao certo o que faria. Deixei que meus dez dedos, pousados sobre o teclado, decidissem tudo, caminhassem sozinhos.
Escrevi durante semanas, de forma febril. E assim se fez O lugar escuro – Uma história de senilidade e loucura. É um relato da minha convivência com a doença, e também uma viagem ao fundo da mente de
minha mãe. Uma catarse que me ajudou a entender e, principalmente, a aceitar muitas coisas.

Acho que esta é a palavra-chave: aceitação. Não é fácil ver alguém com quem se conviveu por toda a vida se transformar em outra pessoa. Meu marido, muito perspicaz, disse certa vez uma frase que me chocou muito, mas que tive de admitir ser rigorosamente verdadeira:

“Sua mãe não existe mais. O que existe é uma entidade, que tomou o lugar dela. Não sei que entidade é essa, nem o que se passa em sua mente. Só sei que ela não é mais sua mãe”. Aceitar isso foi algo que também me ajudou. Mas admito que não foi fácil. Para os filhos, esse processo de entendimento e aceitação talvez seja ainda mais difícil do que para maridos, mulheres, irmãos e outros parentes que convivam com o doente. Porque as relações entre pais e filhos são muito fortes,
viscerais, e por isso mesmo quase sempre difíceis, permeadas de pontos sensíveis.

Quando me convenci de que era um caso de demência senil, a raiva e a revolta que moravam dentro de mim – aquele lobo de olhos de fogo – deu lugar à compaixão. Eu me reconciliei com minha mãe. Hoje, converso com ela, mesmo sabendo-a incapaz de compreender o que estou dizendo, e falo de mágoas, equívocos, ciúmes, sentimentos que por muitos anos tinham ficado sufocados, nela ou em mim. E ela, às vezes, em rasgos de lucidez, diz frases pertinentes, que me tocam e surpreendem. Mas o importante é que hoje consigo acariciá-la, ficar a seu lado, brincar com ela – muito mais do que antes. No fim, o mal de Alzheimer foi para nós duas um acerto de contas. No bom 
sentido.

HELOISA SEIXAS

MEU SONHO FAMILIAR



Sonho às vezes o sonho estranho e persistente
De não sei que mulher que eu quero e que me quer,
E que nunca é, de fato, uma única mulher
E nem outra, de fato, e me compreende e sente.

Compreende-me, e este meu coração, transparente
Para ela, não é mais um problema qualquer,
Só para ela, o meu suor de angústia, se quiser,
Chorando, ela transforma em frescura envolvente.

Se é morena, ou se loura, ou se ruiva – eu ignoro.
Seu nome? É como o nome ideal, doce e sonoro,
Dos amados que a vida exilou para além.

Seu olhar lembra o olhar de alguma estátua antiga,
E sua voz longínqua, e calma, e grave, tem
Certa inflexão de emudecida voz amiga.

PAUL VERLAINE

FLORES...



"Que todo caminho que eu andar tenha fores. E se não tiver que eu as plante..."

DE JANEIRO A JANEIRO



Não consigo olhar no fundo dos seus olhos
E enxergar as coisas que me deixam no ar, deixam no ar
As várias fases, estações que me levam com o vento
E o pensamento bem devagar

Outra vez, eu tive que fugir
Eu tive que correr, pra não me entregar
As loucuras que me levam até você
Me fazem esquecer, que eu não posso chorar

Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar
O universo conspira a nosso favor
A conseqüência do destino é o amor, pra sempre vou te amar

Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor, não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar (4x)

Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor, não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar(4x)

De janeiro a janeiro

(Nando Reis e Vanessa Campos)

ESPANQUEMOS OS POBRES!




Durante quinze dias confinei-me em meu quarto e me cerquei de livros que estavam na moda naqueles tempos (há dezesseis ou dezessete anos); quero falar de livros em que se trata da arte de tornar os povos felizes, sábios e ricos em vinte e quatro horas. Tinha eu digerido – engolido, quero dizer – todas as elucubrações de todos os empresários da felicidade pública – dos que aconselham a todos os pobres a se fazerem escravos e dos que persuadiam que eles são reis destronados. Ninguém acharia surpreendente que eu entrasse então em um estado de espírito vizinho da vertigem ou da estupidez.

Pareceu-me, somente, que eu sentisse, confinado, no fundo do meu intelecto, o germe obscuro de uma idéia superior a todas as fórmulas de curandeiras que eu, recentemente, vira, folheando no dicionário. Mas isso só era a idéia de uma idéia, algo de infinitamente vago.

E saí com uma grande sede. Porque o gosto apaixonado por más leituras engendra uma necessidade proporcional de grandes ares e de muitas bebidas refrescantes.

Quando ia entrar num bar, um mendigo estendeu-me o chapéu com um desses inesquecíveis olhares que derrubariam tronos, se é que o espírito removesse a matéria e se o olho de um hipnotizador fizesse as uvas amadurecerem.

Ouvi, ao mesmo tempo, uma voz que me cochichava ao ouvido, uma voz que eu me reconheci bem; era a voz de um bom Anjo ou um bom Demônio, que me acompanha por todos os lugares. Se Sócrates tinha seu bom Demônio, por que eu não havia de ter o meu bom Anjo, e por que não teria eu a honra, como Sócrates, de obter um brevê de loucura, assinado pelo sutil Lélut e pelo bem informado Baillarger?

Existe essa diferença entre o Demônio de Sócrates e o meu, pois o de Sócrates só se manifestava a ele para proibir, advertir, impedir, e que o meu dignava-se a aconselhar, sugerir, persuadir; o meu é um grande afirmador, o meu é um Demônio de ação, um Demônio de combate.

Ora, sua voz cochichava isso: “Quem for igual ao outro que o prove e só é digno de liberdade quem a sabe conquistar.”

Imediatamente saltei sobre meu mendigo. Com um único soco fechei-lhe um olho, que, em um segundo, tornou-se inchado como uma bola. Quebrei uma unha ao partir-lhe dois dentes, e como eu não me sentisse bastante forte, tendo nascido de compleição delicada e tivesse pouca prática de boxe, para desancar aquele velho, peguei-o com uma das mãos pela gola de seu casaco e com a outra lhe agarrei a garganta e me pus a sacudi-lo, vigorosamente, cabeça contra a parede. Devo confessar que já havia previamente inspecionado os arredores com uma olhada e havia verificado que naquele subúrbio deserto eu me achava, por algum tempo, fora do alcance de qualquer policial.

Tendo, em seguida, com um pontapé, dado em suas costas, bastante enérgico para lhe quebrar as omoplatas, botei por terra aquele sexagenário enfraquecido; peguei, então, um grosso galho de árvore, que estava jogado no chão, e bati nele com a energia obstinada dos cozinheiros que querem amolecer um bife.

De repetente – ó milagre! Ó alegria do filósofo que verifica a excelência de sua teoria – vi esta antiga carcaça se virar, se levantar com uma energia que eu jamais suspeitaria que houvesse numa máquina de tal modo danificada, e, com um olhar de raiva que me pareceu de bom augúrio, o malandro decrépito jogou-se sobre mim, socou-me os dois olhos, quebrou-me quatro dentes e, com o mesmo galho de árvore, bateu-me fortemente. Pela minha enérgica medicação, eu lhe havia restituído o orgulho e a vida.

 Então, eu lhe fiz sinais enérgicos para que compreendesse que eu considerava nossa discussão terminada e, levantando-me com a satisfação de um sofista de Pórtico, lhe disse: “Meu senhor, o senhor é meu igual! Queira dar-me a honra de aceitar que eu divida minha bolsa consigo, e lembre-se: se você é realmente filantropo, que é preciso aplicar, em todos os seus confrades, quando eles lhe pedirem esmolas, a mesma teoria que eu tive o sofrimento de experimentar sobre suas costas.”

Ele me jurou que havia compreendido a minha teoria e que obedeceria aos meus conselhos.

CHARLES BAUDELAIRE

DIREITO: 180 obras para download ( No país em que juiz é Deus, vale a pena conferir a palavra sagrada, hein?!)



Há tempos queríamos compartilhar um material relacionado à área de Direito. Finalmente ficou pronta a lista! Confira abaixo as mais de 180 obras para download gratuito. E veja se existe algo de seu interesse ou de um(a) amigo(a). Aproveite: saber é poder!



Tem coisas para estudantes e estudiosos da área, como ciência jurídica, criminologia, teoria e filosofia do direito, mas também material para quem pretende prestar concurso. 
 Aproveite!



Download via torrent:
http://thepiratebay.se/torrent/11517842
Ou 
https://drive.google.com/open…

Download direto pela nuvem:
http://abelhas.pt/arquivokronos/Direito
(obs: o espaço no google drive acabou e, por enquanto, vamos usar o abelhas).

ABRAMOVAY (org). Gangues, gênero e juventudes
AGAMBEN, G. Estado de exceção
AGAMBEN, G. Homo sacer I - o poder soberano e a vida nua
AGUIAR, M. Léa. Somos todos criminosos em potencial
AMARAL, Renata C. Direito internacional público e privado
ANDRADE, Vera. Sistema penal máximo x cidadania mínima
ARAÚJO, Carlos. Cárceres imperiais - a Casa de Correção no RJ
AVENA, Roberto. Execução penal – esquematizado
AZEVEDO, J. Eduardo. A penitenciária do estado - análise das relações de poder na prisão

BADARÓ, Gustavo. Onus da prova no processo penal
BARATTA, Alessandro. Criminología crítica y crítica del derecho penal
BATISTA, Nilo. Introdução crítica ao direito penal brasileiro
BATISTA, Nilo. Punidos e mal pagos
BECCARIA, C. Dos delitos e das penas
BENTHAM, J. O Panóptico
BERGALLI; BUSTOS. El pensamiento criminológico
BERISTAIN, Antonio. A nova criminologia
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos
BOBBIO, Norberto. Direito e estado no pensamento de Emanuel Kant
BOBBIO, Norberto. Liberalismo e democracia
BOBBIO, Norberto. O conceito de sociedade civil
BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia - uma defesa das regras do jogo
BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico
BONAVIDES, Paulo. Ciência política
BUENO, Carlos S. Curso sistematizado de direito processual civil

CABEDA, Luiz F. A justiça agoniza
CAJAS, Juan. Los desviados
CAMPOS, Arruda. A justiça a serviço do crime
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, vol 1
CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal
CARDOSO, Fernanda L. Direito urbanístico
CARRIO, Alejandro. Garantias constitucionales en el proceso penal
CHRISTIE, Nils. La industria del control del delito
CHRISTINO, Márcio S. Por dentro do crime - corrupção, tráfico, PCC
CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência
COIMBRA, Cecília. Operação Rio - o mito das classes perigosas
CONTI, Rafael A. Filosofia e direito - escritos selecionados
CORCHEA. Violencia desenfocada (en español)
CORREAS, Óscar. Crítica da ideologia jurídica
CORREIA, Marcus. Teoria geral do processo
CORREIA; SCIASCIA. Manual de direito romano
CUNHA; SILVA. Código penal - para concursos

DALARI, Dalmo. Elementos de teoria geral do estado
DE CICCO, Cláudio. História do pensamento jurídico e da filosofia do direito
DE GIORGI, Alessandro. A miséria governada através do sistema penal
DE SORDI, Neide. Manual de Procedimentos do Programa História Oral da Justiça Federal
DEL VECCHIO, Giorgio. História da filosofia do direito
DI PIETRO, M. Direito administrativo
DINAMARCO, C. Nova era do processo civil

FARIAS; ROSENVALD. Direito civil - teoria geral
FELTRAN, G. Fronteiras de tensão - um estudo sobre política e violência nas periferias de SP
FERNANDES; FERNANDES. Criminologia integrada
FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão - teoria do garantismo penal
FERRAZ JUNIOR, T. Estudos de filosofia do direito
FOUCAULT, M. A verdade e as formas jurídicas
FOUCAULT, M. Segurança, território, população
FOUCAULT, M. Vigiar e punir
FREDIANI, Yoni. Direito do trabalho

GANDRA, Yves. Conheça a constituição brasileira [incompleto]
GANDRA, Yves. Manual esquemático de direito e processo do trabalho
GARCIA; THOMÉ. Direito ambiental
GARLAND, David. Crimen y orden social en la sociedad contemporânea
GAUER (org). Criminologia e sistemas jurídico-penais contemporâneos
GOFFMAN, Erving. Estigma - notas sobre a manipulação da identidade
GOFFMAN, Erving. Manicômios, Prisões e Conventos
GOMES, Fábio B. Elementos de direito administrativo
GOMES, Orlando. Obrigações
GONÇALVES, C. R. Direito civil brasileiro, vol. 5 - direito das coisas
GRINOVER, Ada P. et al. Juizados especiais criminais - comentários a Lei 9.099

HABERLE, Peter. Hermenêutica constitucional
HABERMAS, J. Direito e democracia, vol. 1
HABERMAS, J. Direito e democracia, vol. 2
HAMON; TROPER; BURDEAU. Direito constitucional [incompleto]
HEGEL, G. Princípios da filosofia do direito
HORVATH, Miriam. Direito administrativo
HULSMAN; CELIS. Penas perdidas
HUNT, L. A Invenção dos Direitos Humanos
HUSEK, C. R. Curso de direito internacional público

JAKOBS; MELIÁ. Direito penal do inimigo
JESUS, Damásio de. Crimes de corrupção ativa e tráfico de influência nas transações comerciais internacionais
JESUS, Damásio de. Imputação objetiva
JESUS, Damásio de. Lei das contravenções penais – anotada
JESUS, Damásio de. Novíssimas questões criminais
JESUS, Damásio de. Teoria do domínio do fato no concurso de pessoas
JESUS, Damásio de. Tráfico internacional de mulheres e crianças – Brasil
JESUS, Damásio de. Violência contra a mulher
JESUS; GOMES. Assédio sexual
JUSTIÇA GLOBAL (org). Justiça, tráfico e milícias no Rio de Janeiro

KANT, I. Crítica da razão pura
KANT, I. Para a paz perpétua
KAUFFMAN; HASSEMER. Introdução à filosofia do direito e à teoria do direito contemporâneas
KELSEN, Hans e KLUG, Ulrich. Normas jurídicas e análise lógica
KELSEN, Hans. A democracia
KELSEN, Hans. Justiça e o direito natural
KELSEN, Hans. O problema da justiça
KELSEN, Hans. Quem deve ser o guardião da constituição
KELSEN, Hans. Teoria geral das normas
KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do estado
KELSEN, Hans. Teoria geral do estado – 1938
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito
KIRCHHEIMER, Georg. Pena y estructura social

LABATE; GOULART; FIORE et. al. (org). Drogas e cultura
LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos
LARENZ, Karl. Metodologia da ciencia do direito
LASERNA, R. (org). Economia politica de las drogas
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade
LEITE; FERREIRA; CAETANO. Repensando o estado de direito ambiental
LISBOA, Roberto S. Direito civil de A a Z
LOBO, Alberto S. Curso de direito romano
LÔBO, Paulo. Direito civil – contratos
LÔBO, Paulo. Direito civil – famílias
LUHMANN, Niklas. Sociologia do Direito I
LUHMANN, Niklas. Sociologia do Direito II
LUNA FILHO, E. P. Internet e tributação no Brasil
LYRA FILHO, R. O que é direito

MACHADO, Carlos A. Direito constitucional
MACHADO, Hugo. Curso de direito tributário
MAGALHÃES, Carlos. O crime segundo o criminoso
MAGNO, Levy E. Processo penal
MARQUES, Cláudia L. Contratos no código de defesa do consumidor
MARTINS, Sergio P. Direito do trabalho
MARTINS, Sergio P. Direito processual do trabalho
MATHIESEN, Thomas. Juicio a la prision
MAXIMILIANO, C. Hermenêutica e aplicação do direito
MAZZILLI, Hugo N. A defesa dos interesses difusos e coletivos em juízo
MAZZUOLI, Valerio. Curso de direito internacional público
MÍGUEZ, Daniel. Delito y cultura
MONTEIRO; EUSTÁQUIO. Direito financeiro
MOREIRA, J. C. Barbosa. Questões prejudiciais e coisa julgada
MÜLLER, Friedrich. Quem é o povo - a questão fundamental da democracia

NASCIMENTO, Amauri M. Curso de direito do trabalho
NEVES, Daniel. Manual de direito processual civil
NUNES, Rizzatto. Curso de direito do consumidor

PALACIOS JUNIOR, A. As teorias das guerras preventivas e as relações internacionais
PAOLI, M. Célia et. al. A violência brasileira
PAULO; ALEXANDRINO. Direito administrativo descomplicado
PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário
PAVARINI, Massimo. Control y dominación
PENTEADO FILHO, Nestor. Manual esquemático de criminologia
PERELMAN, Chaim. Ética e direito
PERELMAN, Chaim. Lógica jurídica - nova retórica
PINHEIRO, Paulo S. (org). Crime, violência e poder
PINTO, C.A.M. Teoria geral do direito civil
PINTO; RIBEIRO (org). A análise criminal e o planejamento operacional
PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional
PRADO, Luiz R. Curso de direito penal brasileiro - vol. 3 - parte especial

QUEIROZ, Carlos A. Crime organizado no Brasil
QUEIROZ, Paulo. Direito penal - parte geral

RADBRUCH, Gustav. Introdução a filosofia do direito
RAMALHO, J. Ricardo. Mundo do crime - a ordem pelo avesso
RAMOS, André C. Teoria geral dos direitos humanos na ordem internacional
RAUTER, Cristina. Criminologia e subjetividade no Brasil
RAWLS, John. Justiça como equidade
RAWLS, John. Justiça e Democracia
RAWLS, John. Uma teoria da justiça
REALE, Miguel. Direito como experiência
REALE, Miguel. Filosofia do direito
REALE, Miguel. Teoria do direito e do estado
ROCHA, G. Cálculos trabalhistas
ROXIN, Claus. La evolución de la política criminal

SÁ, Alvino A. Criminologia clínica e psicologia criminal
SADEK, Maria Tereza (org). Justiça e cidadania no Brasil
SADEK, Maria Tereza (org). Uma introdução ao estudo da justiça
SALEME, Edson. Direito constitucional
SALGADO, Joaquim C. A ideia de justiça em Kant
SCHOUERI, L. E. Normas tributárias indutoras e intervenção econômica
SCIMÉ, Francisco. Criminología - causas y cosas del delito
SHECAIRA, Sérgio S. Criminologia
SOUSA, José Pedro Galvão de. Direito natural, direito positivo e estado de direito
STRAUSS, Leo. Direito natural e história

TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil
TRINDADE, Lourival. A ressocialização - uma (dis)função da pena de prisão
TROPER, Michel. Filosofia do direito

VELOSO, Waldir. Filosofia do direito
VERDUM, Ricardo (org.). Mulheres indígenas, direitos e políticas públicas.
VEZZONI, Marina. Direito processual civil

WACQUANT, Loic. Punir os pobres - a nova gestão da miséria nos EUA
WOLKMER, Antônio (org). Fundamentos de historia do direito
WOLKMER, Antônio C. História do direito no Brasil.
WOLKMER, Antonio C. Ideologia, estado e direito

ZAFFARONI, Raul. 'Crime Organizado' - uma categoria frustrada
ZALUAR, Alba (org). Drogas e cidadania - repressão e redução de riscos
ZALUAR, Alba. Da revolta ao crime

**OUTROS em formato epub (conta externa):
https://docs.google.com/folderview…

7ª atualização. Comunicação, Literaturas, Teoria Literária e Artística (60 obras inéditas para download)





Voltamos com uma lista de 60 obras inéditas para você baixar e ler aí no conforto do seu lar. Mais conhecimento, menos fascismo, por favor!

Baixar torrent via KICKASS (clique no ícone do imã ao lado de “download torrent”):
https://kickass.to/7%C2%AA-atualiza%C3%A7%C3%A3o-comunica%C…

Baixar torrent via MINHATECA:
http://minhateca.com.br/…/7*c2*aa+atualiza*c3*a7*c3*a3o.+Co…

Baixar item por item via GOOGLE DRIVE:
https://drive.google.com/open…

AGAMBEN, G. A linguagem e a morte - um seminário sobre o lugar da negatividade
AGAMBEN, G. Ninfas
AGAMBEN, G. O sacramento da linguagem - arqueologia do juramento
ALAVARCE, Camila S. Ironia e suas refrações
ALMEIDA, Carlos Cândido de. Elementos de linguística e semiologia na organização da informação
ALMEIDA, J. J. Dicionário aberto de calão e expressões idiomáticas - português BR
ALVES, Rubem. Ostra feliz não faz pérola
ANDRADE, Mário de. Macunaíma
ANDREW, J. Dudley. As principais teorias do cinema
AUERBACH, Erich. Figura
AZEREDO, J. C. Escrevendo pela nova ortografia

BACHELARD, G. Lautréamont
BARBOSA, Alice Príncipe. Teoria e prática dos sistemas de classificação bibliográfica
BARROS, Manuel de. Poesia completa
BENJAMIN, Walter. Charles Baudelaire um lírico no auge do capitalismo - Obras escolhidas III
BYRNE, David. Diários de bicicleta

CALDERON, Wilmara. O arquivo e a informação arquivística
CAMUS, A. El periodismo libre
CAMUS, A. A morte feliz
CAUQUELIN, Anne. Arte contemporânea - uma introdução
CAVALERA, Max. My bloody roots - Toda verdade sobre a maior lenda do heavy metal brasileiro.
COMPAGNON, A. O trabalho da citação
CORTÁZAR, J. Válise de Cronópio

DOMENACH, J-M. A propaganda política
D'ONOFRIO, S. Elementos estruturais do poema [in O texto literário _ teoria e aplicação]
DUARTE, Rogério. Tropicaos

ECO, U. Los límites de la interpretación, vol. I
EISNER, Will. O complô

FARACO, Carlos Alberto. Linguística histórica
FERRÉZ. Deus foi almoçar
FRIEDMAN, Norman. O Ponto de Vista na Ficção

GARCIA, N. Propaganda, ideologia e manipulação
GORKI, M. A mãe

HASTINGS, M. Inferno - o mundo em guerra 1939-1945

JAKOBSON, Roman. Linguística e comunicação
JAKOBSON, Roman. Linguística, poética, cinema

MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem
MERLEAU-PONTY, M. O homem e a comunicação
MILLER, Henry. Pesadelo refrigerado

NORTHROP, Frye. El Gran Código.

PALLOTTINI, Renata. Introdução à dramaturgia
PORTON, R. Cine y anarquismo. La utopía anarquista en imágenes

RENNER, Eric. Pinhole Photography - From Historic Technique to Digital Application.
RIBEIRO, Joao Ubaldo. A casa dos budas ditosos
RIBEIRO, Joao Ubaldo. O feitiço da ilha do pavão
RIBEIRO, João Ubaldo. Política
RIBEIRO, João Ubaldo. Um brasileiro em Berlim
RIBEIRO, João Ubaldo. Viva o povo brasileiro!

SGANZERLA, Rogério. Por um cinema sem limite.
SIMÕES, Darcilia. Semiótica, linguística e tecnologias - Homenagem a Umberto Eco
STEINER, George. Antígonas
SUASSUNA, Ariano. Auto da compadecida
SUASSUNA, Ariano. Iniciação à Estética
SUASSUNA, Ariano. Pedra do reino

TUFANO, Douglas. Estudos de literatura brasileira

VELOSO, Caetano. Verdade tropical
VERMES, Timur. Ele está de volta

WILLIAMS, Raymond. Marxismo e literatura
WILLIAMS, Raymond. Palabras clave - Un vocabulario de la cultura y la sociedad
WISNIK, José Miguel. O som e o sentido

Bauman, Bourdieu e Elias – 50 obras para download


Zygmunt Bauman, Pierre Bourdieu e Norbert Elias



Google Drive:
https://drive.google.com/folderview?id=0B4UG_F2QeFUlZEhiQnJWYWI0Qkk&usp=sharing

uTorrent:
http://thepiratebay.se/torrent/8923016

uTorrent (descompactado – possibilidade de escolher quais livros quer baixar):
http://thepiratebay.pe/torrent/8937973

Caso o site acima não esteja acessando, clique nesta pasta onde encontra-se todos os torrents:


https://drive.google.com/folderview?id=0B4UG_F2QeFUlakRydmRmZFpjVkU&usp=sharing

BAUMAN, Z. A arte da vida
BAUMAN, Z. A fragilidade dos laços humanos
BAUMAN, Z. Amor Líqüido
BAUMAN, Z. A liberdade
BAUMAN, Z. A sociedade individualizada
BAUMAN, Z. Capitalismo parasitário
BAUMAN, Z. Comunidade
BAUMAN, Z. Confiança e medo na cidade
BAUMAN, Z. Em busca da política
BAUMAN, Z. Ensaios Sobre o Conceito de Cultura
BAUMAN, Z. Ética pós-moderna
BAUMAN, Z. Et al. O Papel da Cultura nas Ciências Sociais
BAUMAN, Z. Globalização e as consequências humanas
BAUMAN, Z. Identidade – entrevista a Benedetto Vecchi
BAUMAN, Z. La Cultura como Praxis
BAUMAN, Z. La sociedad sitiada (em espanhol)
BAUMAN, Z. Legisladores e Intérpretes
BAUMAN, Z. Medo Líquido
BAUMAN, Z. Modernidade e Ambivalência
BAUMAN, Z. Modernidade Líquida
BAUMAN, Z. Modernidade e Holocausto
BAUMAN, Z. O mal-estar da pós-modernidade
BAUMAN, Z. Por uma Sociologia Crítica
BAUMAN, Z. Tempos líquidos
BAUMAN, Z. Vida a crédito
BAUMAN, Z. Vida Para Consumo
BAUMAN; MAY. Aprendendo a pensar com a sociologia

BOURDIEU, P. A Dominação Masculina
BOURDIEU, P. A ilusão biográfica
BOURDIEU, P. As regras da arte
BOURDIEU, P. Coisas Ditas
BOURDIEU, P. Escritos da educação
BOURDIEU, P. Homo Academicus
BOURDIEU, P. Lições da Aula
BOURDIEU, P. Meditações Pascalianas
BOURDIEU, P. O poder simbólico
BOURDIEU, P. Os Usos Sociais da Ciência
BOURDIEU, P. Para uma Sociologia da Ciência
BOURDIEU, P. Questões de Sociologia
BOURDIEU, P. Razões Práticas – Sobre a Teoria da Ação
BOURDIEU, P. Sociologia

ELIAS, N. A Condição Humana
ELIAS, N. A peregrinação de Watteau à Ilha do Amor
ELIAS, N. A sociedade de corte
ELIAS, N. A sociedade dos indivíduos
ELIAS, N. O processo civilizador, vol. I: uma história dos costumes
ELIAS, N. O processo civilizador, vol. II: formação do estado e civilização
ELIAS, N. Os alemães
ELIAS, N. Sobre o tempo
ELIAS, N. Teoria Simbólica

EPICURO - A filosofia e o seu Objetivo



Nunca se protele o filosofar quando se é jovem, nem canse o fazê-lo quando se é velho, pois que ninguém é jamais pouco maduro nem demasiado maduro para conquistar a saúde da alma. E quem diz que a hora de filosofar ainda não chegou ou já passou assemelha-se ao que diz que ainda não chegou ou já passou a hora de ser feliz.

EPICURO - A filosofia e o seu Objetivo

Bom dia!


Que a cada manhã, você sinta em seu coração a certeza de que a vida lhe espera de braços abertos, para receber suas expectativas e realizá-las uma a uma.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

FORÇA MOTRIZ


A mulher preta é a espinha dorsal 
Da minha literatura.

Não por ser 
A mais bela do planeta,
A rainha do Universo,
A estrela mais brilhante
Entre as estrelas,
A mais perfumada das rosas.

A mulher preta é a força motriz da nossa história.

Walter Passos

OS VINGADORES - SINTOZÓIDE VISÃO




Eu vi o sintozóide VISÃO, mas só fiquei pensando...

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Ouse, ouse... ouse tudo!



"Ouse, ouse... ouse tudo! Não tenha necessidade de nada!

Não tente adequar sua vida a modelos,

nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.

Acredite:


a vida lhe dará poucos presentes.

Se você quer uma vida, aprenda ... a roubá-la!

Ouse,

ouse tudo!

Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer.

Não defenda

nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:

algo que está em nós e que

queima como o fogo da vida!"

"Lou Adreas Salomé"
 

EH PAGU,EH!


           Pagu tem uns olhos moles,
     uns olhos de fazer doer.
Bate côco quando passa
Coração pega a bater.
          Eh Pagu, eh!


EH PAGU, EH! (2)


            Além, muito além do Martinelli.
Era filha da lua, era filha do sol
O pai dela gosta de bolinar nos outros
E Pagu nasceu.
De olhos terrivelmente molengos
E boca de “Cheramy”.
Pagu era selvagem, inteligente...
E besta.
(EH PAGU,EH!)

EH PAGU, EH! (3)


 Todos amavam vê-la passar pela Rua Direita ou pelo Largo São Francisco. A cabeleira solta sobre os ombros, os lábios exageradamente pintados, com um batom escuro que lhe realçava a palidez.

EH PAGU,EH! 4



 

 Ela era uma colegial que Tarsila e Oswald resolveram transformar em boneca. Vestiam-na, calçavam-na, penteavam-na até que se tornasse uma santa flutuando sobre as nuvens.

EH PAGU,EH! 5


      Vi Pagu. Sou mais do que nunca Antropófago. Vamos comer outro Bispo Sardinha, Pagu?

EH PAGU,EH! 6


     O número esquisito do programa do Municipal foi o da senhorita Patrícia Galvão, Pagu. Ela recitou versos e poemas Antropofágicos. Foi um sucesso delirante. Valente. Corajosa. Interessante. Original. PAGU É O PRIMEIRO SOLDADO QUE MARCHOU FIRME PARA O FRONT DA AVANÇADA ANTROPOFÁGICA. BRAVO, PAGU!

EH PAGU, EH! 7


    O que eu penso da Antropofagia? Eu não penso, eu gosto. Livros a  publicar? Tenho. A não publicar. Os 60 poemas censurados. E o Álbum de Pagu – Vida, Paixão e Morte. Em mãos de Tarsila, que é quem cuida dele.

EH PAGU,EH! 8


 Se o lar de Tarsila vacila,
     é pelo angu, de Pagu.

EH PAGU,EH! 9


 

                Agora sim, o mundo pode desabar.


EH PAGU, EH 10


     Foi em 1931, depois que conheceu Luiz Carlos Prestes no exílio, que ela entrou para o Partido Comunista. E o Oswald foi junto.

EH PAGU, EH! 11



 

... e depois da farrinha vulgar, de automóvel, e de bolinações   mútuas e...  ...pois no dia da reivindicação social, que virá...
 
...vocês também não querem, que nem os seus coleguinhas de
Direito, trocar bofetões comigo?

EH PAGU, EH! 12



 

Nesse momento, Dona Patrícia Galvão, esposa do Sr. Oswald de      Andrade, armada de revólver, fez dois disparos contra os  estudantes. Foi um Deus nos acuda! Houve luta e violenta. Na Polícia Central foram medicadas duas vítimas das unhas de Pagu. O Secretário da Segurança ordenou a suspensão definitiva do jornal “O Homem do Povo”.

EH PAGU, EH! 13


Reconheço ter agido como uma agitadora individual, sensacionalista e inexperiente, eximindo o Partido de toda a responsabilidade. Agosto, 1931.

EH PAGU,EH1 14



 

“São Paulo é o maior Centro Industrial da América Latina”: o pessoal da tecelagem soletra no cocuruto imperialista do “camarão” que passa. A italianinha matinal dá uma banana pro bonde. Defende a pátria:
    

 - Mas custa! O maior é o Brás!

Brás do Brasil. Brás de todo o mundo.