sábado, 2 de abril de 2016

AS VERDADEIRAS MULHERES FELIZES





Acabo de ler um livro de Eliette Abecassis, uma francesa que eu não conhecia. O nome da obra, no original, é Un Heureux Événement, que pode ser traduzido para Um Feliz Acontecimento, mas é um título irônico, pois o livro trata sobre o fator que, segundo a autora, destrói as relações amorosas: o nascimento de um filho. Num tom exageradamente desesperado, a personagem narra o fim do seu casamento depois que dá à luz.

Concordo que a chegada de uma criança muda muita coisa entre o casal, mas a escritora carrega nas tintas e cria um quadro de terror para as mães de primeira viagem. Se o nascimento de um filho é sempre desconcertante, é preciso lembrar que é, ao mesmo tempo, uma emoção sem tamanho. De minha parte, só tenho bons momentos a recordar, nada foi dramático. Mas mesmo que, por experiência própria, eu não compartilhe com a desolação da autora, ainda assim ela diz no livro uma frase muito interessante. Ao enumerar as diversas mazelas por que passam as criaturas do sexo feminino, ela me veio com esta: "os homens são as verdadeiras mulheres felizes".

Atente para a sutileza da frase. O que ela quis dizer? Que os homens saem pela porta de manhã e vão trabalhar sem pensar se os filhos estão bem agasalhados ou se fizeram o dever da escola. Os homens não menstruam, não têm celulite, não passam por alterações hormonais que detonam o humor. Os homens não se preocupam tanto com o cabelo e não morrem de culpa quando não telefonam para suas mães. Os homens comem qualquer coisa na rua e o cardápio do jantar não é da sua conta, a não ser quando decidem cozinhar eles próprios, e isso é sempre um momento de lazer, nunca um dever. Os homens não encasquetam tanto, são mais práticos. Eu, que estou longe de ser uma feminista e mais longe ainda de ser ranzinza, tenho que reconhecer o brilhantismo da frase: os homens são mulheres felizes. Eles fazem tudo o que a gente gostaria de fazer: não se preocupam em demasia com nada.

Porque nosso mal é este: pensar demais. Nós, as reconhecidas como sensíveis e afetivas, somos, na verdade, máquinas cerebrais. Alucinadamente cerebrais. Capazes de surtar com qualquer coisa, desde as mínimas até as muito mínimas. Somos mulheres que nunca estão à toa na vida, vendo a banda passar, e sim atoladas em indagações, tentando solucionar questões intrincadas, de olho sempre na hora seguinte, no dia seguinte, planejando, estruturando, tentando se desfazer dos problemas, sempre na ativa, sempre atentas, sempre alertas, escoteiras 24 horas.

Os homens, mesmo quando muito ocupados, são mais relax. Focam no que têm que fazer e deixam o resto pra depois, quando chegar a hora, se chegar. Não tentam salvar o mundo de uma tacada só. E a chegada de um filho, ainda que assuste a eles, como assusta a todos, é algo para se lidar com calma, é um aprendizado, uma curtição, nada de muito caótico. Eles não precisam dar de mamar de duas em duas horas, não ficam fora de forma, não enlouquecem. Isso é uma dádiva: os homens raramente enlouquecem.

Nós, nem preciso dizer. Nascemos doidas. Por isso somos tão interessantes, é verdade, mas felicíssimas, só de vez em quando, nas horas em que não nos exigimos desumanamente. Homens, portanto, são realmente as verdadeiras mulheres felizes. Que isso sirva de homenagem aos queridos, e sirva pra rir um pouco de nós mesmas, as que se agarram com unhas e dentes ao papel de vítimas porque ainda não aprenderam a ser desencanadas como eles.

MARTHA MEDEIROS

VOCÊ SABE RECEBER AMOR?





Do ponto de vista de quem recebe, o amor ganha contornos bem diferentes daqueles existentes do ponto de vista de quem dá. E é tão raro o empate entre dar e receber! Há pessoas absolutamente incapazes de receber o amor. Outras há que filtram o amor recebido segundo a sua maneira de ser, reduzindo (ou ampliando) o afeto ganho através de suas lentes (existenciais) de aumento ou diminuição. Quem pode dizer com segurança que sabe avaliar o amor recebido? Outras há, ainda, que só conseguem amar quando recebem amor, não admitindo dar sem receber. Há, também, o tipo de pessoa que não dará (amor) jamais, pois só sabe receber. E existe aquela outra que quer e precisa receber, porém não sabe o que fazer quando (e quanto) recebe e transforma-se, então, numa carência viva a andar por aí, em todos despertando (por insuspeitadas habilidades) o desejo de algo lhe dar.

Receber o amor é como saber gastar (gostar?). Já reparou que há pessoas que não sabem gastar? Muitas sabem ganhar muito dinheiro, mas depois não o sabem gastar. Receber o amor é como saber gastar (gastar o amor de quem lhe está dando). É necessário fazer com que o investimento recebido renda frutos, juros e dividendos em que o recebe, para novos investimentos e lucros humanos. Há quem o saiba fazer (ou seja, saiba receber). Há quem não o saiba e gaste o (amor) recebido de uma só vez, sem qualquer noção do quanto custou para quem o deu.

O problema de receber o amor é fundamental, porque ele determina o prosseguimento ou não da doação.

O núcleo do problema está na forma pela qual cada pessoa recebe o amor, modelando-o.

De que valerá um amor maior do que o mundo, se a forma pela qual se o recebe é diminuta? Um amor de pequena estatura doado a alguém pode ser recebido como a dádiva suprema. Será (soará), então, enorme!

Daí que amor está também, além de dar, em saber receber. Saber receber, embora pareça passivo, é ativo. Receber, se possível avaliando a intensidade com que é dado e, se for mais possível, ainda, retribuir na exata medida. Saber receber é tão amar quanto doar um amor.

Se todos soubessem receber, não haveria a graça infinita dos desencontros do amor, geradores dos encontros.

Receber o amor é tão difícil quanto amar! É que amar desobriga e receber o amor parece que prende as pessoas, tutela-as e aprisiona-as quando deveria ser exatamente o contrário, pois saber receber é tão grandioso e difícil quanto saber dar.

ARTUR DA TÁVOLA

POUPE-ME



Sei que os tempos estão difíceis, mas acho terrível quando uma mulher não sabe se portar diante das situações da vida. Acho até válido vez por outra, chegando ao extremo, que se faça uso de palavrões e mesmo agressão. Mas quando isso se torna uma constante a mulher perde a graciosidade e mais que tudo a razão.

ORGASMO? MUITO PRAZER!



Orgasmo feminino intriga os homens? É o que parece. Talvez porque não seja tão visível quanto o deles. Ou porque pode ser facilmente fingido, ao contrário do deles. Fato é que não passam quinze dias sem que me depare com pesquisas sobre nossos orgasmos. Não vejo muita utilidade. Não nos orgasmos, nas pesquisas! Preferia minha parte em dinheiro.

A pesquisa da semana é do psicólogo americano Barry Komisaruk, professor da Universidade Rutgers, de Nova Jersey. Ele passou 30 de seus 72 anos investigando os benefícios do prazer sexual no bem-estar das mulheres.
Poderia ter descoberto isso, mais rápido de forma muito mais prazerosa e feliz, na prática. Mas, depois de trinta anos de pesquisa, é melhor nem avisar isso a ele. Ia ser uma decepção.
Komisaruk pretende verificar se o prazer sexual beneficia o tratamento de pacientes com ansiedade, depressão ou dependências. Ora, Komisaruk, que pergunta é essa? Nunca viu uma carinha satisfeita, calma e tranquila depois de ter seu objetivo atingido? Vai ver que não. Tanto tempo pesquisando...
Faz parte da cultura popular a máxima de que sexo faz bem à pele e aos cabelos. Ouso ir além, sexo faz bem à vida. Mas o tesão é uma energia que vai muito além da cama e se espalha pela vida. Algumas pessoas têm, outras não.

Todos conhecemos pessoas que cheiram a infelicidade. Podem ter tudo, nada lhes alegra, nada parece tampar o vazio que as preenche. Sempre com a mesma cara de bunda.

Orgasmo, felicidade e alegria acontecem assim: ou você descobre como é que funciona o seu e corre atrás. Ou você não tem. Não chega lá. Fica a ver navios. Claro, sempre é tempo de aprender! Basta querer e trabalhar por isso. Nem costuma ser um trabalho muito custoso.

Não raro encontro pessoas que esperam que tudo venha do outro. Esperam que a felicidade, a realização amorosa, a alegria e, porque não, o orgasmo cheguem de forma mágica. Sem esforço. Trazido por um príncipe, Papai Noel, Fada dos dentes, sei lá. Impossível.

Numa relação, seja ela sexual ou não, boa parceria é tudo. Mas a capacidade de ter orgasmo é como a capacidade de ter alegria. Arriscando um neologismo: é indelegável. Algumas mulheres entregam seu prazer na mão do outro. O outro, coitado, pega essa batata quente achando que pode resolver, dar conta de tudo. Só que não!

Homens entendem do corpo deles. E a situação deles, nesse sentido, é mais cômoda. Afinal, o deles sempre esteve ali à mostra e ao fácil alcance da mão. Esbarram com ele toda hora, brincam e se divertem juntos. Um menino e seu pinto, desde cedo, já são grandes amigos. Íntimos.

Nós mulheres já temos um design mais arrojado. Tudo arrumadinho e embutido. Pequeno por fora, mas com espaço interno excelente. Cabe até um bebê! Se fossemos um carro, seríamos mais caro que eles. Só que, da mesma forma que com os carros, eles têm o dobro da nossa quilometragem rodada. A gente demora muito mais para descobrir onde ficam todos os comandos. Isso faz diferença na hora do arranque.

Meu prazer é todo meu. Nem vejo egoísmo nisso. Venha, estou de olho no seu câmbio. Você me interessa. Mas a direção, só eu posso te dar. Meu corpo, meu prazer é um mapa pessoal, com GPS intransferível. Trocamos coordenadas. Você me passa as suas, eu te indico as minhas. Chegamos ao ponto G? Para que só um, tem tantas letras por aí...

O orgasmo independe do parceiro. Alívio para os machos de plantão? Não tanto. Claro que um parceiro com boa pegada ajuda. É uma benção! Mas não é garantia de nada. Um carro, mesmo que diferente, é fácil de tentar dirigir. Um corpo, não. Corpos tem senha de acesso. Corpos, tanto masculinos como femininos, são Esfinges com enigmas a serem desvendados. Compartilhamos senhas e segredos. Se não sei minha senha, tipo celular bloqueado, fico sem sinal, não consigo completar a ligação. Distante de minha área de cobertura, a brincadeira perde a graça.

De verdade, não entendo bem porque os homens nos estudam tanto. Era só perguntar! A gente respondia. Imagino que tantas pesquisas sobre orgasmo sejam uma tentativa dos homens de acalmar as mulheres. De tentar entender melhor como funciona e ver se aprimoram o controle sobre nós. Para os homens, em se tratando de palavras e conversas, menos sempre é mais. O que fazer com essas mulheres indomáveis, tão falantes, questionadoras, cheias de demanda?

A notícia orgásmica da semana passada é que o Royal Edinburg Hospital, na Escócia, realizou uma pesquisa e concluiu que as pessoas que fazem sexo regularmente, numa média de três vezes por semana, aparentam ser cinco a sete anos mais novas que a idade real. O prazer é essencial à manutenção da juventude. Uau, a gente nem imaginava isso, né? Tinha mesmo que pesquisar para saber. Mais uma pesquisa fundamental na descoberta do já sabido.

Prazer rejuvenesce, claro. Mas o gozo vai muito além do genital. Tenho prazer de escrever um bom texto, de ler um livro interessante, dar uma aula que valha a pena. Imagino que seja o mesmo com um ator que estreia sua peça, um médico que termina uma cirurgia bem sucedida, uma pessoa que acaba uma faxina e olha a casa arrumada e limpa.

Prazer de matar a saudade, de beijar e abraçar quem se ama . Prazer rejuvenesce, sim. Qualquer que seja. Podemos encontrar pessoas que não têm vida sexual ativa há muitos anos, ou que nunca tiveram vida sexual ativa, e são perfeitamente felizes na sua forma de gozar a vida. Alegres, felizes e realizadas. Descobriram e estimulam diariamente seu ponto Q. Q de Quero mais é aproveitar a vida! Juventude é o prazer de estar vivo! Esse é o grande orgasmo!

Por via das dúvidas, já avisei aqui em casa: ou comparece e faz sua parte direitinho ou junta dinheiro para a minha plástica. 

Mônica El Bayeh

FELICIDADE E LUCIDEZ



O que é a sabedoria? É a felicidade na verdade, ou «a alegria que nasce da verdade». Esta é a expressão que Santo Agostinho utiliza para definir a beatitude, a vida verdadeiramente feliz, em oposição ás nossas pequenas felicidades, sempre mais ou menos factícias ou ilusórias.

Sou sensível ao fato de que é a mesma palavra beatitude que Espinoza retomará, bem mais tarde, para designar a felicidade do sábio, a felicidade que não é a recompensa da virtude mas a própria virtude...

A beatitude é a felicidade do sábio, em oposição às felicidades que nós, que não somos sábios, conhecemos comumente, ou, digamos, às nossas aparências de felicidade, que às vezes são alimentadas por drogas ou alcoóis, muitas vezes por ilusões, diversão ou má-fé. Pequenas mentiras, pequenos derivativos, remedinhos, estimulantezinhos...

Não sejamos severos demais. Nem sempre podemos dispensá-los. Mas a sabedoria é outra coisa. A sabedoria seria a felicidade na verdade.

A sabedoria? É uma felicidade verdadeira ou uma verdade feliz. Não façamos disso um absoluto, porém. Podemos ser mais ou menos sábios, do mesmo modo que podemos ser mais ou menos loucos. Digamos que a sabedoria aponta para uma direção: a do máximo de felicidade no máximo de lucidez.

 in 'A Felicidade, Desesperadamente'

ANDRÉ COMTE-SPONVILLE

OS DESAVERGONHADOS




O errado e o malfeito, a incompetência e o desleixo, a estupidez e a má fé, são próprios da condição humana. A diferença está entre os que se envergonham e os desavergonhados. No Japão civilizado, a vergonha é o pior castigo para uma pessoa e sua família, mais temida do que as penas da lei.

 Homens públicos se suicidam por pura vergonha. Embora seja só meio caminho para não errar de novo, o sentimento de vergonha ajuda a civilizar. Já os que não se envergonham, nem por si nem pelos outros, são determinantes para que suas sociedades sejam as que mais sofrem com a corrupção, a criminalidade e a violência, independente de sua potência econômica ou regime político. Em brilhante estréia no Blog do Noblat, o professor Elton Simões analisou pesquisas internacionais sobre as relações entre o sentimento de vergonha social e familiar e a criminalidade. 

Nas sociedades em que a violência e o crime são vistas como ofensas à comunidade, e não ao Estado, em que a noção de ética antecede a de direito, em que o importante é fazer o certo e não meramente o legal, há menos crime, violência e corrupção, e todo mundo vive melhor – por supuesto, o objetivo de qualquer governo. Nas sociedades evoluídas e pacificas, como o Japão, a principal função da Justiça é restaurar os danos e relações entre as pessoas, e não punir ofensas ao Estado e fabricar presos. “ Existe algo fundamentalmente errado em uma sociedade quando as noções de legalidade ou ilegalidade substituem as de certo ou errado. 

Quando o sistema jurídico fica mais importante do que a ética. Nesta hora, perdemos a vergonha “, diz o professor Simões. Como os políticos que, antes de jurarem inocência, bradam que não há provas contra eles. Ou que seu crime foi antes do mandato. 

Não por acaso, no Brasil, onde a falta de vergonha contamina os poderes e a administração pública - apesar de todo nosso progresso econômico e avanços sociais - a criminalidade, a violência e a corrupção crescem e ameaçam a sociedade democrática. Não há dinheiro, tecnologia leis ou armas que vençam a sem-vergonhice. Só o tempo, a educação e lideres com vergonha.

NELSON MOTTA 

sexta-feira, 1 de abril de 2016

A COTA DE AMOR


Cada um ao nascer traz sua dose de amor, 
mas os empregos, o dinheiro, 
tudo isso, nos resseca o solo do coração.

Sobre o coração levamos o corpo, sobre o corpo a camisa, mas isto é pouco.
Alguém imbecilmente inventou os punhos e sobre os peitos 
fez correr o amido de engomar.

Quando velhos se arrependem.

A mulher se pinta. O homem faz ginástica pelo sistema Muller.
Mas é tarde. A pele enche-se de rugas.

O amor floresce, floresce,
e depois desfolha.

VLADIMIR MAIAKÓVSKI

AS MELHORES COISAS DA VIDA



"Renda-se como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Pergunte, sem querer a resposta, como estou perguntando. Não se preocupe em "entender". Viver ultrapassa todo o entendimento."

Clarice Lispector

QUEM SOU...



"...há impossibilidade de ser além do que se é -
no entanto eu me ultrapasso mesmo sem o delírio,
sou mais do que eu, quase normalmente -
tenho um corpo e tudo que eu fizer é continuação
de meu começo......
a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais...."

Clarice Lisperctor

É PROIBIDO



É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor. 
 É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você. 
 É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro. 
 É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, 
só porque seus caminhos se desencontraram, 
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte. 
 É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira. 
 É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

Pablo Neruda

A DOENÇA DE SER NORMAL



Com medo da liberdade, preferimos aderir à manada.


Na semana passada, li uma entrevista do professor José Hermógenes de Andrade Filho, uma lenda no mundo da ioga no Brasil. No texto, ele conta ter criado uma palavra – “normose” – para dar conta daquele que talvez seja o grande mal do homem contemporâneo. “Normose” seria a “doença de ser normal”. O professor explica: “Como diz o título de um documentário que fizeram sobre mim: ‘Deus me livre de ser normal!’. Pois, na dita normalidade em que vivemos, somos constantemente alimentados pelo que nos aliena de nós. Com isso, perdemos a noção das coisas, do sentido de nossa vida, deixando que o mundo interfira muito mais do que deveria. (...) Essa normalidade nunca esteve tão distante da verdade”.
A entrevista faz parte de uma coletânea de boas conversas com pessoas ligadas ao universo da espiritualidade – não necessariamente religiosa – no Brasil e no mundo, escrito em dois volumes pelo jornalista mineiro Lauro Henriques Jr., com o título “Palavras de poder” (LeYa, 2011). Ganhei os dois livros de uma pessoa especial na minha vida e por isso comecei a ler com curiosidade. Me deparei com a “normose” do professor Hermógenes. E fiquei instigada a pensar sobre ela.

No mesmo período, o psicanalista e romancista Contardo Calligaris fez na Flip, em Paraty, um comentário bem provocador: "Quando desistimos da nossa singularidade para descansar no comportamento de grupo, aí está a origem do mal. O grupo, para mim, é o mal."
Acredito que, por caminhos diferentes, Hermógenes e Calligaris nos estimulam a pensar em algo que vale a pena, que um chamou de “normose” e o outro de “comportamento de grupo”. Daqui em diante, enveredo pelas minhas reflexões a partir das provocações de ambos – que possivelmente sejam diversas do que eles pensaram ao propô-las. A responsabilidade, portanto, é minha.

No passado, a vida no Ocidente era determinada pela tradição. O destino de cada um era imutável, definido pela sua origem, pela categoria social a qual pertencia, e não havia dilemas sobre o que seria a sua passagem pelo mundo: se você fosse homem, seguiria os passos do pai; se fosse mulher, os da mãe. De todos era esperado o cumprimento de um roteiro previsível, que, se você nascesse homem, consistia em dar sequência aos negócios ou ao ócio da família, ou trabalhar para o mesmo patrão ou senhor do pai; e, se nascesse mulher, casar-se com alguém do mesmo nível social, em contratos arranjados previamente, reproduzir-se e cuidar da sua própria casa ou servir na casa em que a mãe serviu. Além disso, esperava-se que cada novo núcleo familiar seguisse a religião dos pais e participasse da comunidade do jeito de sempre, cada um no seu lugar determinado pelo estrato social.

A modernidade embaralhou tudo isso. E fomos, como disse Sartre, “condenados a ser livres”. É o preço que o indivíduo paga para ser indivíduo. Ainda que, em países desiguais como o Brasil, a classe social na qual se nasce influencie as chances que cada um vai ter, mesmo aqui estamos muito longe de ter o lugar cimentado da tradição do mundo de ontem. E cada governo democrático, se quiser garantir a continuidade de seu projeto no poder, precisa agora prometer trabalhar para igualar as bases de onde cada cidadão partirá para construir sua história. No mundo contemporâneo, cada um é o principal responsável pelas suas escolhas, pelos seus desejos e pelas suas desistências.
Embora existam muitos órfãos da tradição, suspirosos de nostalgia, penso que a prisão daquela vida determinada desde antes do nascimento era mais assustadora do que a liberdade de se estrepar que a modernidade nos deu. É verdade, porém, que para viver hoje é necessário um outro tipo de coragem, já que cada homem ou mulher virou em si um projeto em constante construção e desconstrução. Não é que não exista mais chão, mas ele é pantanoso, e cada um precisa escolher diante de um emaranhado de trilhas. E, se cada uma delas leva a lugares diferentes, é fato que nenhuma é segura.

É aí que a “normose” ou o “comportamento de grupo” se encaixa. Qual é o desafio de cada um 



de nós hoje? Desde que você não esteja na faixa da população em que toda energia e talentos são gastos na luta pela sobrevivência mais básica, o desafio que se impõe diante de cada um é a busca da sua singularidade. E esta é a busca de uma vida inteira. Não como se você tivesse uma essência que precisasse encontrar e, tão logo encontrada, estivesse tudo resolvido. Pelo contrário, esta procura leva à invenção de nós mesmos – e nunca está nada resolvido, já que sempre podemos nos reinventar. Não sem limites, mas às voltas com eles.

A proposta da modernidade e da ideia de indivíduo, muito mais libertária do que nossos antepassados amarrados pela tradição jamais sonharam, parece ótima. O problema é que dá uma angústia danada, já que, a rigor, não haveria ninguém para culpar por uma escolha equivocada ou porque o enredo que inventamos para a nossa vida saiu diferente do nosso desejo. Então, com medo de nos “enforcarmos nas cordas da liberdade”, como diz o ator Antônio Abujamra no programa “Provocações” (TV Cultura), em vez de nos arriscarmos a criar uma vida, nos responsabilizando por ela, aderimos à manada. E aqui, é importante deixar bem claro, não estou me referindo a lutas coletivas movidas por indivíduos unidos por suas singularidades, mas à adesão que implica se deixar possuir pelo grupo para não se arriscar a ser possuído por si mesmo.
Nesta adesão à manada, a “normose” ou o “comportamento de grupo” substituiria ilusoriamente o vazio deixado pela tradição. Com medo da liberdade e dos riscos inerentes a ela, muitos de nós colam no grupo. Seja ele do tipo que for: religioso, corporativo, profissional, cultural, intelectual, político, de orientação sexual ou até esportivo. Cada um deles garante, ainda que de forma muito mais frágil do que a tradição, um certo jeito de se comportar e de se vestir, um tipo de ambiente a frequentar, temas que merecem ser debatidos, gêneros de lazer e de viagens para as férias e para os fins de semana, crenças para compartilhar e até bens para adquirir. Um tipo de “normose” – que, paradoxalmente, mas com muita lógica, dentro do grupo é tratada como “diferentose”, já que, como coletivo, contrapõe as suas verdades a dos outros grupos, em geral vistos como inferiores ou limitados.

E como estas são as pessoas com quem se convive, torna-se meio inevitável namorar e ter filhos com gente da mesma turma. Assim como a tendência é reproduzir mais e mais os mesmos padrões e visão de mundo. Sem questionar, porque questionar possivelmente levaria a uma ação. E todos nós conhecemos gente, quando não nós mesmos, que prefere deixar tudo como está, ainda que doa, para não se arriscar ao desconhecido. É assim que muitos de nós abrem mão da época histórica mais rica de possibilidades de ser em troca de uma mercadoria bem ordinária: a ilusão de segurança. Mas, como sabemos, lá no fundo sentimos que algo está bem errado. Especialmente quando fica difícil levantar da cama pela manhã para seguir o roteiro programado.
Suspeito que o mal-estar contemporâneo tem muito a ver com não estarmos à altura do nosso tempo. No passado, havia “outsiders”, gente que desafiava a tradição para inventar uma outra história para si. Hoje, com a (bendita) falência da tradição, talvez o que se exija de nós seja que todos sejamos “outsiders” à nossa própria maneira – não no sentido de contrariar o mundo inteiro, mas de encontrar o que faz sentido para cada um, arriscando-se ao percurso tortuoso do desejo. Ciente de que, logo adiante, vamos perder o sentido mais uma vez e teremos de nos reinventar de novo e de novo, num processo contínuo de construção e desconstrução movido pela dúvida – e não pelas certezas.
Vivemos numa época de intenso movimento interno, em que se perder seja talvez o melhor caminho para se achar, mas nos agarramos à primeira falsa promessa como desculpa para permanecermos imóveis. Voltados sempre para fora e cada vez com mais pressa, porque olhar para dentro com a calma e a honestidade necessárias seria perigoso. Queremos garantia onde não há nenhuma, sem perceber que o imprevisível pode nos levar a um lugar mais interessante. Podemos finalmente andar por aí desencaixotados, mas na primeira oportunidade nos jogamos de cabeça numa gaveta com rótulo. Ainda que disfarçada de vanguarda.

Mas o que pode ser mais extraordinário do que inventar uma vida, ainda que com todas as limitações do existir? E que utopia pode ser maior do que nos igualarmos pela singularidade do que cada um é?
Acho que vivemos um momento histórico muito rico. Só precisamos de mais coragem. Como diz o professor Hermógenes, do alto dos seus 90 anos, “Deus (seja ele o que for – ou não – para cada um) me livre de ser normal!”.

ELIANE BRUM 

ADULTOS FORA DO CONTROLE



Há alguma coisa mais infantil do que deixar as emoções fluírem de modo desajeitado, desastrado até?



A mãe de uma garota de oito anos me contou que está vivendo uma situação de conflito muito intensa com o marido cujo resultado, ela acredita, deverá ser a separação. Enquanto eles não tomam a decisão final e efetivamente se separam, vivem de conflito em conflito, diariamente.
A maior preocupação dessa mãe, além da situação estressante que ela experimenta, relaciona-se a um fato ocorrido dias atrás.

Num desses desentendimentos entre a mulher e o marido, eles trocaram acusações, xingamentos pesados e chegaram até a "pequenas agressões físicas", segundo suas palavras. O problema é que só então perceberam que a filha assistia a tudo, com expressão bastante assustada.
Desde então, a menina chora por qualquer coisinha e até mesmo sem motivo algum. Várias vezes se desespera com fatos simples de sua vida, como, por exemplo, não conseguir deixar o cabelo do jeito que gostaria. Será que a garota ficou traumatizada com o que viu? Essa é a maior preocupação dessa mãe.

Aproveito esse incidente para comentar um aspecto da vida na atualidade: a facilidade com que os adultos têm se descontrolado. Você pode observar isso, caro leitor, todos os dias.
Seja no espaço público, seja no ambiente de trabalho, nas relações sociais presenciais ou virtuais e, inclusive, na intimidade das relações familiares, tudo é motivo para justificar o descontrole de pessoas adultas.

Expressões de raiva, de irritação e de braveza, por exemplo, são distribuídas sem nenhuma economia ou constrangimento. Aliás, em geral, com uso de muita grosseria. Pessoas muito próximas (como um casal em vias de se separar), parentes e colegas de trabalho usam e abusam do descontrole verbal e até mesmo físico. Como chegamos a esse ponto?
Muitos pensadores da atualidade têm realizado análises a respeito de um fenômeno que, talvez, tenha relação íntima com esse fato: a infantilização do mundo adulto.

Tomemos um exemplo: a busca da aparência jovem e de acordo com determinados padrões 


estéticos. Você não se assusta, leitor, quando vê a imagem de alguém que se descontrolou nessa busca?
Faces completamente lisas e juvenis, sustentadas por pescoços envelhecidos, com lábios e bochechas exageradamente pronunciados são apenas alguns exemplos gritantes das consequências do descontrole dessas pessoas.

O que isso tem a ver com infantilização?

Quem não teve a oportunidade de observar uma criança em busca de algo que deseja e que, para obter o que quer, ignora totalmente a realidade? Adultos que buscam algo sem fazer a análise da realidade agem de modo infantil, portanto.
Falemos agora das emoções. Existe algo mais infantil do que deixar as emoções fluírem de modo desajeitado, desastrado até, sem conseguir conter sua expressão mais forte?

Esse é o comportamento típico de quem ainda não aprendeu como reagir a sentimentos agitados e só conhece uma maneira de lidar com eles: colocar tudo para fora. Isso acontece antes de a criança crescer, amadurecer e passar pelo processo de socialização.
Temos agido assim, com a maior naturalidade: os sentimentos se agitam dentro de nós? Deixamos que saiam em seu estado mais primitivo.

Não temos de nos preocupar apenas com o fato de que algumas crianças terão de arcar com consequências pessoais por terem sido testemunhas de cenas de descontrole de adultos próximos, com quem elas têm vínculos afetivos fortes.
Temos de considerar toda uma geração de mais novos vivendo rodeada por adultos que, com frequência, se comportam de maneira infantil e acham isso muito natural. Que lições são essas que temos passado às crianças?

ROSELY SAYÃO

FILME - UM HOMEM DE FAMÍLIA


Um ótimo filme para se ver no fim de tarde ou no lugar da novela entediante. 


O roteiro está longe de ser original, mas ganha pela sensibilidade. Faz a gente pensar um pouco em quais são nossas prioridades, sendo que na vida real dificilmente temos uma segunda chance. Mas ao longo de um determinado tempo, para você, o que realmente importa? Realmente sabemos o que vai dar certo?
A felicidade tem preço?
Bem, acredito que sucesso profissional não necessariamente exclui vida familiar, ou vise versa. 

Se alguém quiser opinar sobre o assunto basta enviar comentário.

BOM FILME!!!




LANÇAMENTO: 22 de dezembro de 2000 (2h5min) 
DIREÇÃO: Brett Ratner
ELENCO: Nicolas Cage, Tea Leoni, Makenzie Vega mais
GÊNERO: Comédia , Fantasia , Drama
NACIONALIDADE: EUA

SINOPSE:

Há 13 anos, Jack Campbell (Nicolas Cage) foi para Londres em busca do sucesso, mas prometeu a Kate (Tea Leoni), sua namorada, que iriam ficar separados só por um ano. Agora, é a véspera de Natal e Jack é um solteiro em Wall Street, com dinheiro e uma boa vida, na qual Kate é apenas uma lembrança. Mas, no dia seguinte, Jack acorda num quarto bagunçado junto a Kate, 13 anos mais velha, com um menino que chora no quarto ao lado e uma menina de 6 anos que o chama de "papai". Já não tem roupas caras, nem um emprego bem pago. Jack começa com relutância a viver seu papel de marido, pai e vendedor de pneus. E, pouco a pouco, começa a gostar deste novo papel e redescobre seu amor por Kate. Jack está feliz com esta segunda chance. Mas será uma segunda chance ou só uma visão do que poderia ter sido?

FILME - A LIBERDADE É AZUL

Trilogia das Cores:A Liberdade é Azul



Primeiro filme da trilogia de Krzysztof Kieslowski dedicada às cores e aos ideais da Revolução Francesa. Os demais foram A Igualdade É Branca (1994) e A Fraternidade É Vermelha (1994).

Mesmo quem diz não gostar de cinema europeu, por achá-lo chato demais,eu indico esse filme. Até porque toda regra tem uma exceção, Krzystof Kieslowski, cineasta polonês, é a exceção desse caso.

Kieslowski fez ao total 23 filmes, dentre os quais se destacam Amator (1979) - que conta a história de um cineasta abandonado pela mulher - e DECÁLOGO (1988 - feito para tv), dividido em dez partes contando cada uma, um mandamento bíblico. O destaque é o sexto mandamento, Não Amarás, que conta a história de um jovem ("Entre o amor platônico e a violência do desejo", conforme anuncia o cartaz...) que corta os pulsos ao ser rejeitado por uma mulher mais velha.

Mas sua obra-prima ainda estava por vir. Morando em Paris e desiludido com a política, Krzystof resolveu filmar as dores do mundo. A Trilogia das Cores, inspirada nas cores da bandeira francesa, e em seus significados, é um dos momentos mais poéticos do cinema nessa década.





Bleu, A Liberdade é Azul, (1993) é o primeiro e é um drama. Julie (a bela Juliette Binoche de O Paciente Inglês) perde o marido (famoso compositor) e a filha pequena em um acidente de carro. Tenta se matar mas não consegue pois se acha fraca para fazer isso. Fica só. E ser livre é, muitas vezes, difícil. Um flautista de rua lhe diz que é preciso se agarrar a algo mas ela já não quer mais nada pois bens, recordações, amigos, vínculos, são tudo armadilha. Gostaria mesmo é de pular no espaço, no céu azul, mas no fundo sabe que não se pode renunciar a tudo. Kieslowski transforma dor em sublimação. Bleu é um filme silencioso mas todos os sentimentos são para qualquer um tocar. Cada um é livre para fazer o que quiser embora a liberdade maior seja estar vivo. A fotografia é linda e a trilha sonora, do inseparável Zbigniew Preisner, sinfônica e imponente.


Bleu, A Liberdade é Azul, (1993) é o primeiro e é um drama. Julie (a bela Juliette Binoche de O Paciente Inglês) perde o marido (famoso compositor) e a filha pequena em um acidente de carro. Tenta se matar mas não consegue pois se acha fraca para fazer isso. Fica só. E ser livre é, muitas vezes, difícil. Um flautista de rua lhe diz que é preciso se agarrar a algo mas ela já não quer mais nada pois bens, recordações, amigos, vínculos, são tudo armadilha. Gostaria mesmo é de pular no espaço, no céu azul, mas no fundo sabe que não se pode renunciar a tudo. Kieslowski transforma dor em sublimação. Bleu é um filme silencioso mas todos os sentimentos são para qualquer um tocar. Cada um é livre para fazer o que quiser embora a liberdade maior seja estar vivo. A fotografia é linda e a trilha sonora, do inseparável Zbigniew Preisner, sinfônica e imponente.





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Se alguém ainda tem dúvidas sobre o filme ser bom:


Prêmios
GLOBO DE OURO
1994
Indicações
Melhor Filme Atriz - Drama - Juliette Binoche
Melhor Filme Estrangeiro
Melhor Trilha Sonora

FESTIVAL DE VENEZA
1993
Leão de Ouro
Melhor Atriz - Juliette Binoche
Melhor Fotografia
Prêmio OCIC
CÉSAR
1994
Melhor Atriz - Juliette Binoche
Melhor Som
Melhor Edição

Indicação
Melhor Filme
Melhor Direção de Fotografia
Melhor Música
Melhor Roteiro
Melhor Diretor - Krzysztof Kieslowski
Atriz Mais Promissora - Florence Pernel

GOYA
1994
Melhor Filme Europeu

FILME - O FABULOSO DESTINO DE AMELIE POULAIN





Lançamento: 8 de fevereiro de 2002 (2h0min)
Direção: Jean-Pierre Jeunet
Elenco: Frédéric Mitterrand, Clotilde Mollet, Audrey Tautou mais
Gênero: Comédia
Nacionalidade: França

Simples, ingênuo e engraçado. O filme do cineasta francês Jean-Pierre Jeunet já levou mais de sete milhões de franceses ao cinema e está tendo uma carreira gloriosa fora da Europa. Além de faturar vários prêmios nos Estados Unidos (Melhor Filme estrangeiro pela Broadcast Films Critics Association e pela Online Films Critics Association), ganhador do Oscar 2002.

Mas do que se trata esse filme com nome de menina e sorrisos na tela? O "Fabuloso Destino de Amélie Poulain" ("Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain" - FRA 2001) fala das coisas simples da vida. As neuras de uma família. Os sonhos de uma garota que nunca teve amigos. A busca do amor. Dizem que o quanto mais simples algo é, mais difícil é de se conseguir, certo? Errado, e Amélie está aqui para provar isso. 

Fechada em seu mundo interior, Amélie vê tudo no mais cor de rosa e, impulsionada por uma descoberta em seu próprio banheiro, decide ajudar o mundo. Durante sua caminhada, ela aprende a ajudar a  si mesma. 

O filme tem passagens ótimas logo de cara. Jean-Pierre Jeunet mostra o gosto de cada personagem da família Poulain. A mãe de Amélie, por exemplo, acha o suprasumo da diversão encerar o piso com suas pantufas (as donas de casa de plantão enxergarão um certo exagero aí). Mas no decorrer das cenas, o cineasta mescla humor com ternura. O resultado é que o espectador fica tocado pela inocência de Amélie e se pergunta: será que ainda existem pessoas boas? Pessoas capazes de dar a mão a um ceguinho e ajudá-lo a atravessar a rua? 

E mais: pessoas que descrevem um simples trajeto para alguém que não pode ver? Coisas tão facéis e ao mesmo tempo tão difíceis de se fazer. Amélie anda de metrô e, acredite, dá de livre e espontânea vontade moedas aos mendigos (ótima a passagem em que um deles se recusa a aceitar o dinheiro alegando que não trabalha aos domingos!) 

No mundo moderno, onde todos estão tão preocupados consigo mesmo, tão mergulhados no trabalho, nas contas e no seu mundinho individualizado, Amélie Poulain surge como uma fada madrinha. Poderia ser um conto de fadas, com elfos e anões, como a superprodução "O Senhor dos Anéis". Mas não é. Amélie não precisa de varinha mágica para mudar o mundo. Tudo o que ela faz é prestar atenção no próximo e tocá-lo de alguma maneira. E isso vale, e muito. 

A "Academia Européia de Cinema" entregou o prêmio Felix de melhor filme europeu para "Amélie Poulain". Jean-Pierre Jeunet concorreu com produções de peso como "Os Outros" e "O Quarto do Filho". Jeunet recebeu ainda o prêmio de melhor diretor e o prêmio de melhor filme segundo o público. 

"Amélie Poulain" é adorável, doce, comovente e universal. É simples, ingênuo e engraçado. Se o mundo for realmente perfeito.



Prêmios :O Fabuloso Destino de Amélie Poulain


OSCAR
2002
Indicações
Melhor Filme Estrangeiro
Melhor Direção de Arte
Melhor Fotografia
Melhor Roteiro Original
Melhor Som

GLOBO DE OURO
2002
Indicação
Melhor Filme Estrangeiro

BAFTA
2002
Ganhou
Melhor Roteiro Original
Melhor Cenografia

Indicações
Melhor Filme
Melhor Diretor - Jean-Pierre Jeunet
Melhor Atriz - Audrey Tautou
Melhor Filme Estrangeiro
Melhor Fotografia
Melhor Trilha Sonora
Melhor Edição

CÉSAR
2002
Ganhou
Melhor Filme
Melhor Diretor - Jean-Pierre Jeunet
Melhor Trilha Sonora
Melhor Cenografia

Indicações
Melhor Atriz - Audrey Tautou
Melhor Ator Coadjuvante - Rufus
Melhor Ator Coadjuvante - Jamel Debbouze
Melhor Atriz Coadjuvante - Isabelle Nanty
Melhor Fotografia
Melhor Figurino
Melhor Roteiro
Melhor Som
Melhor Edição

FESTIVAL DE TORONTO
2002
Ganhou
Prêmio do Público

FESTIVAL DE EDIMBURGO
2002
Ganhou
Prêmio da Audiência

SERVIÇO SOCIAL: 118 obras para download



Torrents. Via Pirate Bay:

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ABRAMIDES; CABRAL. O Novo Sindicalismo e o Serviço Social
AGUIAR, Antonio G. Serviço Social e Filosofia: Das Origens a Araxá
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VASCONCELOS, Eduardo (org). Saúde Mental e Serviço Social - O Desafio da Subjetividade e da Interdisciplinaridade
VERDÈS-LEROUX, Jeannine. Trabalhador social - prática, hábitos, ethos, formas de intervenção
VINAGRE, Marlise; PEREIRA, Tânia. Ética e Direitos Humanos - Curso de capacitação ética para agentes multiplicadores
WANDERLEY, Mariângela. Metamorfoses do desenvolvimento de comunidade
YAZBEK, M. Carmelita. Classes Subalternas e Assistência Social
OBS: embora na imagem apareça o nome "João Paulo Netto", o correto é José Paulo Netto.

OS MEUS SONHOS SÃO MAIS BELOS QUE A CONVERSA ALHEIA



Não faço visitas, nem ando em sociedade alguma - nem de salas, nem de cafés. Fazê-lo seria sacrificar a minha unidade interior, entregar-me a conversas inúteis, furtar tempo senão aos meus raciocínios e aos meus projetos, pelo menos aos meus sonhos, que sempre são mais belos que a conversa alheia. 

Devo-me a humanidade futura. Quanto me desperdiçar desperdiço do divino patrimônio possível dos homens de amanhã; diminuo-lhes a felicidade que lhes posso dar e diminuo-me a mim-próprio, não só aos meus olhos reais, mas aos olhos possíveis de Deus. 
Isto pode não ser assim, mas sinto que é meu dever crê-lo. 

Fernando Pessoa, 'Inéditos' 

O CANTO DO GALO



O meu pensamento é um devorador de imagens. Quando me aparece uma boa imagem eu rio de felicidade e o meu pensador põe-se a brincar com ela como um menino brinca com uma bola. Se me disserem que este hábito intelectual não é próprio de um filósofo, que os filósofos devem manter-se dentro dos limites de uma dieta austera de conceitos puros e sem temperos, invoco em minha defesa Albert Camus, que dizia que só se pensa através de imagens.

Amo as imagens mas elas amedrontam-me. As imagens são entidades incontroláveis que frequentemente produzem associações que o autor não autorizou. Os conceitos, ao contrário, são bem comportados, pássaros engaiolados. As imagens são pássaros em voo… Daí o seu fascínio e o seu perigo. Mas eu não consigo resistir à tentação. Assim, aqui vai uma parábola que me apareceu, com todos os riscos que ela implica:

Era uma vez um lavrador que criava galinhas. Era um lavrador fora do comum, intelectual e progressista. Estudou administração para que a sua quinta funcionasse cientificamente. Não satisfeito, fez um doutoramento em criação de galinhas. No curso de administração aprendeu que, num negócio, o essencial é a produtividade. O improdutivo dá prejuízo; deve, portanto, ser eliminado. Aplicado à criação de galinhas esse princípio traduz-se assim: galinha que não põe ovo não vale a ração que come. Não pode ocupar espaço no galinheiro. Deve, portanto, ser transformada em cubinhos de caldo de galinha.

Com o propósito de garantir a qualidade total da sua quinta, o lavrador estabeleceu um rigoroso sistema de controlo da produtividade das suas galinhas. Produtividade de galinhas é um conceito matemático que se obtém dividindo-se o número de ovos postos pela unidade de tempo escolhida. As galinhas cujo índice de produtividade fosse igual ou superior a 250 ovos por ano podiam continuar a viver na quinta como galinhas poedeiras.

Estabeleceu, inclusive, um sistema de mérito galináceo: as galinhas que punham mais ovos recebiam mais ração. As galinhas que punham menos ovos recebiam menos ração. As galinhas cujo índice de produtividade fosse igual ou inferior a 249 ovos por ano não tinham mérito algum e eram transformadas em cubinhos de caldo de galinha.

Acontece que conviviam com as galinhas poedeiras, galináceos peculiares que se caracterizavam por um hábito curioso. A intervalos regulares e sem razão aparente, eles esticavam os pescoços, abriam os bicos e emitiam um ruído estridente e, acto contínuo, subiam para as costas das galinhas, seguravam-nas pelas cristas com o bico, e obrigavam-nas a agacharem-se. Consultados os relatórios de produtividade, verificou o lavrador que isso era tudo o que os galos – esse era o nome daquelas aves – faziam. Ovos, mesmo, nunca, jamais, em toda a história da quinta, nenhum deles tinha posto.

Lembrou-se o lavrador, então, das lições que aprendera na escola, e ordenou que todos os galos fossem transformados em cubos de caldo de galinha. As galinhas continuaram a pôr ovos como sempre haviam posto: os números escritos nos relatórios não deixavam margens para dúvidas. Mas uma coisa estranha começou a acontecer. Antes, os ovos eram colocados em chocadeiras e, ao final de vinte e um dias, quebravam-se e de dentro deles saíam pintainhos vivos. Agora, os ovos das mesmas galinhas, depois de vinte e um dias, não quebravam. Ficavam lá, inertes. Deles não saíam pintainhos. E se ali continuassem por muito tempo, estouravam e de dentro deles o que saía era um cheiro de coisa podre. Coisa morta.

Então o lavrador científico aprendeu duas coisas:

1º: o que importa não é a quantidade dos ovos; o que importa é o que vai dentro deles. A forma dos ovos é enganosa. Muitos ovos lisinhos por fora são podres por dentro.

2º: há coisas de valor superior aos ovos, que não podem ser medidas por meio de números. Coisas sem as quais os ovos são coisas mortas.



Esta parábola é sobre a universidade. As galinhas poedeiras são os docentes. Corrijo-me: docente, não. Porque docente quer dizer aquele que ensina. Mas o ensino é, precisamente, uma actividade que não pode ser traduzida em ovos; não pode ser expressa em termos numéricos. A designação correcta é pesquisadores, isto é, aqueles que produzem artigos e os publicam em revistas internacionais indexadas.

Artigos, como os ovos, podem ser contados e computados nas colunas certas dos relatórios. As revistas internacionais indexadas são os ninhos acreditados. Não basta pôr ovos. É preciso pô-los nos ninhos acreditados. São os ninhos internacionais, em língua estrangeira, que dão aos ovos a sua dignidade e valor. A comunidade dos produtores de artigos científicos não fala português. Fala inglês.

Como resultado da pressão publish or perish, ponha ovos ou a sua cabeça será cortada, a docência acaba por perder o sentido. Quem, numa universidade, só ensina, não vale nada. Os alunos passam a ser trambolhos para os pesquisadores: estes, ao invés de se dedicarem à tarefa institucionalmente significativa de pôr ovos, são obrigados, pela presença de alunos, a gastar o seu tempo numa tarefa irrelevante: o ensino não pode ser quantificado (quem disser que o ensino se mede pelo número de horas/aula é um idiota).

O que está em jogo é uma questão de valores, uma decisão sobre as prioridades que devem orientar a vida universitária: se a primeira prioridade é desenvolver, nos jovens, a capacidade de pensar, ou se é produzir artigos para atender à exigência da comunidade científica internacional de publish or perish. Eu acho que o objectivo das escolas e universidades é contribuir para o bem-estar do povo. Por isso, a sua tarefa mais importante é desenvolver, nos cidadãos, a capacidade de pensar, porque é com o pensamento que se faz um povo. Mas isso não pode ser quantificado como se quantificam os ovos postos.

Sugiro que as nossas universidades, ao avaliar a produtividade dos que nelas trabalham, dêem mais atenção ao canto do galo…

Rubem Alves

Gaiolas ou Asas

A arte do voo ou a busca da alegria de aprender

Porto, Edições Asa, 2004

(excertos adaptados)

Rubem Alves

JULGAMENTO APRESSADO



Uma garota segurava em suas mãos duas maçãs. Sua mãe entrou e lhe pediu com uma voz doce e um belo sorriso:

– Querida, você poderia dar uma de suas maçãs para mamãe?

A menina levanta os olhos para sua mãe durante alguns segundos, e morde subitamente uma das maçãs e logo em seguida a outra.

A mãe sente seu rosto se esfriar e perde o sorriso. Ela tenta não mostrar sua decepção quando sua filha lhe dá uma de suas maçãs mordidas. A pequena olha sua mãe com um sorriso de anjo e diz:

– A mais doce é essa!

Pouco importa quem você é, que você tenha experiência, seja competente ou sábio. Espere para fazer seu ‪‎julgamento. Dê aos outros o privilégio de poder se explicar. Mesmo que a ação pareça errada, o motivo pode ser bom. Pense nisso!

PARÁBOLA DA ROSA



Um homem plantou uma rosa e passou a regá-la constantemente.
Antes que ela desabrochasse, ele a examinou e viu o botão que em breve desabrocharia, mas notou espinhos sobre o talo e pensou,
“Como pode uma flor tão bela vir de uma planta rodeada de espinhos tão afiados?”
Entristecido por este pensamento, ele se recusou a regar a rosa e, antes mesmo de estar pronta para desabrochar, ela morreu.

Assim é com muitas pessoas.
Dentro de cada alma há uma rosa: são as qualidades dadas por Deus.
Dentro de cada alma temos também os espinhos: são as nossas falhas.
Muitos de nós olhamos para nós mesmos e vemos apenas os espinhos, os defeitos.
Nós nos desesperamos, achando que nada de bom pode vir de nosso interior.
Nós nos recusamos a regar o bem dentro de nós e, consequentemente, ele morre.
Nunca percebemos o nosso potencial.
Algumas pessoas não veem a rosa dentro delas mesmas.
Portanto alguém mais deve mostrar a elas.
Um dos maiores dons que uma pessoa pode possuir ou compartilhar é ser capaz de passar pelos espinhos e encontrar a rosa dentro de outras pessoas.
Esta é a característica do amor.
Olhar uma pessoa e conhecer suas verdadeiras falhas.
Aceitar aquela pessoa em sua vida, enquanto reconhece a beleza em sua alma e ajudá-la a perceber que ela pode superar suas aparentes imperfeições.
Se nós mostrarmos a essas pessoas a rosa, elas superarão seus próprios espinhos.
Só assim elas poderão desabrochar muitas e muitas vezes.
Portanto sorriam e descubram as rosas que existe dentro de cada um de vocês e das pessoas que amam…

AQUI EU SOU NOTADO




AQUI EU SOU NOTADO



Tenho mil razões para não gostar de Facebook, mas a exposição não é uma delas. Quem frequenta as  ditas  redes sócias não está em busca de privacidade e sim de notoriedade. O sujeito quer mostrar ao mundo aquilo que todo nós temos - narcisismo. 

Muitos filósofos  falam sobre o período pós-moderno, o que estamos vivendo hoje, como sendo de incertezas e perda da identidade. Nada é sólido, nem os casamentos, nem nossos empregos, a religião. E teoricamente, por um outro lado  podemos ter tudo, mas se temos   nada é suficiente. Resultado: agitação e angústia, ambiguidade e contradição. 

Agora, onde podemos desabafar essas desagradáveis sensações que se acumulam? 

Muitos dirão automaticamente, no psicólogo, ou no psicanalista. E está certo, mas quantos dos mesmos terão grana e tempo  para pagar a ajuda de um profissional especializado? Poucos, acredito eu.   Mas facilmente temos acesso as redes sócias, hoje elas andam com a gente para todo canto na pequena tela de um celular. Com um click entramos em um ambiente mágico onde o ar parece menos denso, onde é mais fácil fingir ser o que gostaríamos de ser - FELIZES. 





Facebook, whatsapp... é o remédio barato que vai na bolsa. Ainda que não resolva meu problema de me sentir sozinho, triste, não notado, servirá como placebo. É a droga perfeita. E como toda droga quanto mais se usa, mas se quer. 

Foto de comida, foto na academia,  foto no banheiro nessa fantasia querem dizer: Vivo com fartura - sou bonito - não tenho medo da opinião alheia. 
SELF- SELF-  SELF: preciso ser amado, preciso ser notado, preciso que vocês  me digam quem eu sou. 

Agora você vai dizer: uhm tenho uma amiga que vive postando foto de comida, o fulano de academia...
Pois é, na defesa do ego segundo Freud  a primeira alternativa é negar e  outra é apontar o coleguinha ;  a isso chama-se "projeção" consiste em atribuir a outros as ideias e tendências que o sujeito não pode admitir como suas.

Minha gente o problema não é expor sua vida ou mesmos suas inquietações nas redes sócias, isso não fará de você um anormal (um louco) e sim o modo como se expõe e se você está apito à segurar as prováveis consequências que podem ser boas ou más. 

A grosso modo todos somos seres mal amados, Todos sofremos, sentimos medo e procuramos fugas de uma realidade extremamente dolorosa. Seja nas redes sociais ou na realidade. Uns postando foto de comida outro exibindo o corpo em profundos decotes.  Por isso as redes sócias são um sucesso. 

JAQUELINE  RAMIRO

CENSURA À VISTA: A DITADURA RENASCE NO BRASIL!!!




PANÓPTICO


Censura a vista: Lei autoritária exigirá registro de blogs e permitirá acusação criminal por comentários




Pressão no Brasil através de blogs, umas das poucas fontes de informação ainda não controladas.




Se você mantém um blog ou se simplesmente se importa com a sua liberdade de expressão e com a defesa e garantia de liberdades individuais e coletivas informe-se e faça algo a respeito antes que todos tenhamos que testemunhar o nascimento de uma nova e poderosa CENSURA.

A proposta de número 7.131 de autoria do deputado federal Gerson Peres (PP-PA), foi apresentada no dia 14 de abril e pretende instaurar mecanismos de censura sob o pretexto de regulamentação.

Este ofensivo projeto de lei, que não só inclui blogs, mas também fóruns e mecanismos similares de publicação na internet (termos muito convenientemente vagos), inclui basicamente três pontos principais:

Comentários de blogs (e semelhantes) terão que ser previamente moderados.
Crimes contra honra - calúnia, injúria e difamação - advindos dos comentários de blogs serão de responsabilidade de seus editores, proprietários ou autores. Ações civis poderão ser impetradas contra o dono do blog.
Todos os blogs (e semelhantes) terão que ser registrados no registro.br. Este registro inclui informações tais como: Nome Completo, Endereço completo, Bairro, Cidade, Estado, CEP, Telefone (fixo, celular ou os dois), CPF e RG.

Caso o blog ou similar não estiver em conformidade com estas regras terá que pagar uma multa de R$2.000 até R$10.000 reais!!! Por exemplo, o meu blog seria multado, porque meu registro não é no registro.br, e provavelmente nunca será!






O pretexto utilizado é que os blogs e afins, por mais que tenha aumentado as possibilidades de manifestação do pensamento e liberdade de expressão, não são passíveis de responsabilização civil e penal no caso de ocorrência de crimes contra a honra.

O que vemos aqui é um dupla armadilha. A primeira será de manter a identificação e o registro de cada um de nós blogueiros. Não haverá mais anonimato, todos os blogueiros serão conhecidos, pelo menos para o governo. A segunda é que, quando bem entenderem, poderão cancelar o registro no registro.br. Alguém ousou criticar a nova campanha de vacinação do governo? Simples, cancele seu registro, afinal, onde já se ouviu tamanha calúnia! ;)

Em relação ao comentários anônimos, caso você não tiver habilitado moderação ou não tiver muito cuidado para não deixar passar um comentário calunioso, pessoas mal intencionadas (ou até mesmo empresas ou departamentos do governo que se sintam expostos pelo blog ou fórum) poderão simplesmente escrever algo que possa ser visto como calúnia para que o responsável seja processado de forma civil e penal.

Apesar do foco da lei ser nos comentários anônimos, no meu ver o real objetivo é identificar e registrar todos os blogueiros, além de criar burocracia e esta ameaça constante que com certeza fará com que menos pessoas se aventurem a abrir um blog.

No caso dos fóruns, esta lei irá torná-los totalmente ineficaz. Ou você terá que achar uma forma de identificar os usuários do fórum ou terá que moderar todas as mensagens. Quem irá usar um fórum assim?

Uma outra implicação serão nos blogs corporativos de jornais, ou até matérias de jornais que permitam comentários. Os veículos de mídia terão que se certificar da identidade dos autor dos comentários ou arcar com a responsabilidade por processos. O resultado será que lamentavelmente irão remover quaisquer oportunidades de interação com os usuários. A internet simplesmente virará o que vemos hoje na TV, um total controle da mídia corporativa.

Não apenas seremos todos nós blogueiros identificados, dando oportunidade para retaliações e coações por parte do governo quando postarmos verdades inconvenientes, mas teremos nosso blog rapidamente retirado do ar quando bem entenderem.

De acordo com o site Terra, o projeto de lei (PL-7131/2010) tramita na Câmara em regime de urgência, e aguarda apreciação em plenário, ainda sem data definida.

Leis similares estão sendo criadas nos Estados Unidos, e não me surpreende que o Brasil está querendo ficar a frente em matéria de controle totalitário.

Por favor, passe esta mensagem adiante, ou leia esta lei e dê sua opinião.

Por gentileza repasse este texto, mobilize suas redes e vamos barrar este texto absurdo. A omissão pode trazer sérias consequências.

Clique aqui para mandar sua reclamação para o nosso nobre deputado. Seja educado mas faça valer sua opinião.

FONTES: 

Íntegra da proposta
Página de Gerson Peres na Camara
Ferramentas Blog: Projeto de lei quer responsabilizar donos de blogs por comentários "anônimos"
UOL: Projeto de lei quer regularizar os blogs brasileiros
Terra: Projeto de lei: anonimato na web pode penalizar blogueiros

DIREITO: 180 obras para download



Há tempos queríamos compartilhar um material relacionado à área de Direito. Finalmente ficou pronta a lista! Confira abaixo as mais de 180 obras para download gratuito. E veja se existe algo de seu interesse ou de um(a) amigo(a). Aproveite: saber é poder!


Download via torrent:
http://thepiratebay.se/torrent/11517842

Ou google drive
https://drive.google.com/open…

Download direto pela nuvem:
http://abelhas.pt/arquivokronos/Direito
(obs: O espaço no google drive acabou e, por enquanto, vamos usar o abelhas).

ABRAMOVAY (org). Gangues, gênero e juventudes
AGAMBEN, G. Estado de exceção
AGAMBEN, G. Homo sacer I - o poder soberano e a vida nua
AGUIAR, M. Léa. Somos todos criminosos em potencial
AMARAL, Renata C. Direito internacional público e privado
ANDRADE, Vera. Sistema penal máximo x cidadania mínima
ARAÚJO, Carlos. Cárceres imperiais - a Casa de Correção no RJ
AVENA, Roberto. Execução penal – esquematizado
AZEVEDO, J. Eduardo. A penitenciária do estado - análise das relações de poder na prisão

BADARÓ, Gustavo. Onus da prova no processo penal
BARATTA, Alessandro. Criminología crítica y crítica del derecho penal
BATISTA, Nilo. Introdução crítica ao direito penal brasileiro
BATISTA, Nilo. Punidos e mal pagos
BECCARIA, C. Dos delitos e das penas
BENTHAM, J. O Panóptico
BERGALLI; BUSTOS. El pensamiento criminológico
BERISTAIN, Antonio. A nova criminologia
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos
BOBBIO, Norberto. Direito e estado no pensamento de Emanuel Kant
BOBBIO, Norberto. Liberalismo e democracia
BOBBIO, Norberto. O conceito de sociedade civil
BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia - uma defesa das regras do jogo
BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico
BONAVIDES, Paulo. Ciência política
BUENO, Carlos S. Curso sistematizado de direito processual civil

CABEDA, Luiz F. A justiça agoniza
CAJAS, Juan. Los desviados
CAMPOS, Arruda. A justiça a serviço do crime
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, vol 1
CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal
CARDOSO, Fernanda L. Direito urbanístico
CARRIO, Alejandro. Garantias constitucionales en el proceso penal
CHRISTIE, Nils. La industria del control del delito
CHRISTINO, Márcio S. Por dentro do crime - corrupção, tráfico, PCC
CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência
COIMBRA, Cecília. Operação Rio - o mito das classes perigosas
CONTI, Rafael A. Filosofia e direito - escritos selecionados
CORCHEA. Violencia desenfocada (en español)
CORREAS, Óscar. Crítica da ideologia jurídica
CORREIA, Marcus. Teoria geral do processo
CORREIA; SCIASCIA. Manual de direito romano
CUNHA; SILVA. Código penal - para concursos

DALARI, Dalmo. Elementos de teoria geral do estado
DE CICCO, Cláudio. História do pensamento jurídico e da filosofia do direito
DE GIORGI, Alessandro. A miséria governada através do sistema penal
DE SORDI, Neide. Manual de Procedimentos do Programa História Oral da Justiça Federal
DEL VECCHIO, Giorgio. História da filosofia do direito
DI PIETRO, M. Direito administrativo
DINAMARCO, C. Nova era do processo civil

FARIAS; ROSENVALD. Direito civil - teoria geral
FELTRAN, G. Fronteiras de tensão - um estudo sobre política e violência nas periferias de SP
FERNANDES; FERNANDES. Criminologia integrada
FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão - teoria do garantismo penal
FERRAZ JUNIOR, T. Estudos de filosofia do direito
FOUCAULT, M. A verdade e as formas jurídicas
FOUCAULT, M. Segurança, território, população
FOUCAULT, M. Vigiar e punir
FREDIANI, Yoni. Direito do trabalho

GANDRA, Yves. Conheça a constituição brasileira [incompleto]
GANDRA, Yves. Manual esquemático de direito e processo do trabalho
GARCIA; THOMÉ. Direito ambiental
GARLAND, David. Crimen y orden social en la sociedad contemporânea
GAUER (org). Criminologia e sistemas jurídico-penais contemporâneos
GOFFMAN, Erving. Estigma - notas sobre a manipulação da identidade
GOFFMAN, Erving. Manicômios, Prisões e Conventos
GOMES, Fábio B. Elementos de direito administrativo
GOMES, Orlando. Obrigações
GONÇALVES, C. R. Direito civil brasileiro, vol. 5 - direito das coisas
GRINOVER, Ada P. et al. Juizados especiais criminais - comentários a Lei 9.099

HABERLE, Peter. Hermenêutica constitucional
HABERMAS, J. Direito e democracia, vol. 1
HABERMAS, J. Direito e democracia, vol. 2
HAMON; TROPER; BURDEAU. Direito constitucional [incompleto]
HEGEL, G. Princípios da filosofia do direito
HORVATH, Miriam. Direito administrativo
HULSMAN; CELIS. Penas perdidas
HUNT, L. A Invenção dos Direitos Humanos
HUSEK, C. R. Curso de direito internacional público

JAKOBS; MELIÁ. Direito penal do inimigo
JESUS, Damásio de. Crimes de corrupção ativa e tráfico de influência nas transações comerciais internacionais
JESUS, Damásio de. Imputação objetiva
JESUS, Damásio de. Lei das contravenções penais – anotada
JESUS, Damásio de. Novíssimas questões criminais
JESUS, Damásio de. Teoria do domínio do fato no concurso de pessoas
JESUS, Damásio de. Tráfico internacional de mulheres e crianças – Brasil
JESUS, Damásio de. Violência contra a mulher
JESUS; GOMES. Assédio sexual
JUSTIÇA GLOBAL (org). Justiça, tráfico e milícias no Rio de Janeiro

KANT, I. Crítica da razão pura
KANT, I. Para a paz perpétua
KAUFFMAN; HASSEMER. Introdução à filosofia do direito e à teoria do direito contemporâneas
KELSEN, Hans e KLUG, Ulrich. Normas jurídicas e análise lógica
KELSEN, Hans. A democracia
KELSEN, Hans. Justiça e o direito natural
KELSEN, Hans. O problema da justiça
KELSEN, Hans. Quem deve ser o guardião da constituição
KELSEN, Hans. Teoria geral das normas
KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do estado
KELSEN, Hans. Teoria geral do estado – 1938
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito
KIRCHHEIMER, Georg. Pena y estructura social

LABATE; GOULART; FIORE et. al. (org). Drogas e cultura
LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos
LARENZ, Karl. Metodologia da ciencia do direito
LASERNA, R. (org). Economia politica de las drogas
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade
LEITE; FERREIRA; CAETANO. Repensando o estado de direito ambiental
LISBOA, Roberto S. Direito civil de A a Z
LOBO, Alberto S. Curso de direito romano
LÔBO, Paulo. Direito civil – contratos
LÔBO, Paulo. Direito civil – famílias
LUHMANN, Niklas. Sociologia do Direito I
LUHMANN, Niklas. Sociologia do Direito II
LUNA FILHO, E. P. Internet e tributação no Brasil
LYRA FILHO, R. O que é direito

MACHADO, Carlos A. Direito constitucional
MACHADO, Hugo. Curso de direito tributário
MAGALHÃES, Carlos. O crime segundo o criminoso
MAGNO, Levy E. Processo penal
MARQUES, Cláudia L. Contratos no código de defesa do consumidor
MARTINS, Sergio P. Direito do trabalho
MARTINS, Sergio P. Direito processual do trabalho
MATHIESEN, Thomas. Juicio a la prision
MAXIMILIANO, C. Hermenêutica e aplicação do direito
MAZZILLI, Hugo N. A defesa dos interesses difusos e coletivos em juízo
MAZZUOLI, Valerio. Curso de direito internacional público
MÍGUEZ, Daniel. Delito y cultura
MONTEIRO; EUSTÁQUIO. Direito financeiro
MOREIRA, J. C. Barbosa. Questões prejudiciais e coisa julgada
MÜLLER, Friedrich. Quem é o povo - a questão fundamental da democracia

NASCIMENTO, Amauri M. Curso de direito do trabalho
NEVES, Daniel. Manual de direito processual civil
NUNES, Rizzatto. Curso de direito do consumidor

PALACIOS JUNIOR, A. As teorias das guerras preventivas e as relações internacionais
PAOLI, M. Célia et. al. A violência brasileira
PAULO; ALEXANDRINO. Direito administrativo descomplicado
PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário
PAVARINI, Massimo. Control y dominación
PENTEADO FILHO, Nestor. Manual esquemático de criminologia
PERELMAN, Chaim. Ética e direito
PERELMAN, Chaim. Lógica jurídica - nova retórica
PINHEIRO, Paulo S. (org). Crime, violência e poder
PINTO, C.A.M. Teoria geral do direito civil
PINTO; RIBEIRO (org). A análise criminal e o planejamento operacional
PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional
PRADO, Luiz R. Curso de direito penal brasileiro - vol. 3 - parte especial

QUEIROZ, Carlos A. Crime organizado no Brasil
QUEIROZ, Paulo. Direito penal - parte geral

RADBRUCH, Gustav. Introdução a filosofia do direito
RAMALHO, J. Ricardo. Mundo do crime - a ordem pelo avesso
RAMOS, André C. Teoria geral dos direitos humanos na ordem internacional
RAUTER, Cristina. Criminologia e subjetividade no Brasil
RAWLS, John. Justiça como equidade
RAWLS, John. Justiça e Democracia
RAWLS, John. Uma teoria da justiça
REALE, Miguel. Direito como experiência
REALE, Miguel. Filosofia do direito
REALE, Miguel. Teoria do direito e do estado
ROCHA, G. Cálculos trabalhistas
ROXIN, Claus. La evolución de la política criminal

SÁ, Alvino A. Criminologia clínica e psicologia criminal
SADEK, Maria Tereza (org). Justiça e cidadania no Brasil
SADEK, Maria Tereza (org). Uma introdução ao estudo da justiça
SALEME, Edson. Direito constitucional
SALGADO, Joaquim C. A ideia de justiça em Kant
SCHOUERI, L. E. Normas tributárias indutoras e intervenção econômica
SCIMÉ, Francisco. Criminología - causas y cosas del delito
SHECAIRA, Sérgio S. Criminologia
SOUSA, José Pedro Galvão de. Direito natural, direito positivo e estado de direito
STRAUSS, Leo. Direito natural e história

TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil
TRINDADE, Lourival. A ressocialização - uma (dis)função da pena de prisão
TROPER, Michel. Filosofia do direito

VELOSO, Waldir. Filosofia do direito
VERDUM, Ricardo (org.). Mulheres indígenas, direitos e políticas públicas.
VEZZONI, Marina. Direito processual civil

WACQUANT, Loic. Punir os pobres - a nova gestão da miséria nos EUA
WOLKMER, Antônio (org). Fundamentos de historia do direito
WOLKMER, Antônio C. História do direito no Brasil.
WOLKMER, Antonio C. Ideologia, estado e direito

ZAFFARONI, Raul. 'Crime Organizado' - uma categoria frustrada
ZALUAR, Alba (org). Drogas e cidadania - repressão e redução de riscos
ZALUAR, Alba. Da revolta ao crime

**OUTROS em formato epub (conta externa):
https://docs.google.com/folderview…