quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Cinema Americano/Thais Gulin



Tão homem tão bruto tão coca-cola nego tão rock n'roll

Tão bomba atômica tão amedrontado tão burro tão desesperado

Tão jeans tão centro tão cabeceira tão Deus

Tão raiva tão guerra tanto comando e adeus

Tão indústria tão nosso tão falso tão Papai Noel

Tão Oscar tão triste tão chato tão homem Nobel

Tão hot dog tão câncer social tão narciso

Tão quadrado tão fundamental

Tão bom tão lindo tão livre tão Nova York

Tão grana tão macho tão western tão Ibope

Racistas paternalistas acionistas

Prefiro os nossos sambistas


A ponte de safena Hollywood e o sucesso

O cinema a Casa Branca a frigideira e o sucesso

A Barra da Tijuca Hollywood e o sucesso

Prefiro os nossos sambistas


Prefiro o poeta pálido anti-homem que ri e que chora

Que lê Rimbaud, Verlaine, que é frágil e que te adora

Que entende o triunfo da poesia sobre o futebol

Mas que joga sua pelada todo domingo debaixo do sol


Prefere ao invés de Slayer ouvir Caetano ouvir Mano Chao

Não que Slayer não seja legal e visceral

A expressão do desespero do macho americano é normal

Esse medo da face fêmea dita por Cristo é natural


É preciso mais que um soco pra se fazer um som um homem um filme

É preciso seu amor seu feminino seu suíngue

Pra ser bom de cama é preciso muito mais do que um pau grande

É preciso ser macho ser fêmea ser elegante


Prefiro os nossos sambistas

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