domingo, 19 de abril de 2015

O CASTIGO



Depois que sofri o estupro tomei pavor  do tal Paulo o namorado da minha mãe. Não sei explicar exatamente o porque, mas também fiquei com muito nojo a ponto de nem mesmo querer beber água no mesmo copo que ele tivesse bebido. 

Não preciso dizer que se minha mãe me tratava mal antes do ocorrido depois tudo ficou muito pior.Era tortura mesmo.
e infelizmente eu não tinha como escapar disso, pois minha vó me obrigava a ir com minha mãe e a verdade é que meus parentes não estavam disposto a se envolverem em um caso desses, então só restava aguentar firme a situação.  Mesmo a intervenção do meu tio durou por pouco tempo por não agradar a esposa dele.  

Minha mãe me beliscava, me batia com o cuidado de não deixar muitas marcas, e quando alguém notava as marcas ela dizia que tinha sido algum tombo ou algo assim.  Me deixava trancada dentro do banheiro.  Muitas vezes  me  deixava sem comer o dia inteiro, coisa que me acostumei com o passar do tempo. E palavras como puta, vadia, eu já considerava como apelidos de tanto que eu era chamada assim. 

Minha mãe sempre foi uma pessoa criativa e talvez por isso tenha arranjado tantas formas diferente de me humilhar. Uma a qual me recordo bem foi o DIA DA CADELA.

 Cadela era um dos apelidos carinhosos que recebi de mamãe, principalmente, por ter mordido o Paulo. Então para que eu não esquecesse e todos ficassem sabendo que eu era uma cadela, minha mãe apanhou 5 ossos cozidos de costela e me obrigou a andar para todo canto carregando esses ossos nas mãos. E se por acaso ela me visse sem eles eu apanhava novamente. 

Nesse dia que sucederam muitos outros eu fui colocada na vila desde de cedo para brincar com as outras crianças. Quando meus primos me viram com os ossos, que eu não podia soltar, riam, debochavam... e eu ali segurando os ossos. 

 Minha tia N... chegou a perguntar a minha mãe sobre os ossos, minha mãe respondeu que eu adorava ficar roendo ossos (claro que isso foi ironia), e que eu teria dormido mastigando um e quase morrendo sufocada com o osso atravessado na garganta.Então para que eu não roesse mais osso era esse o motivo do castigo. 

Depois disso minha tia passou a ser fiscal dos ossos. Se por alguma razão eu me descuidasse deles ela através da zombaria acompanhada pelo coro dos meus primos me fazia apanha-los imediatamente e comunicava o meu desleixo a minha mãe que me humilhava, batia e ameaçava me matar se eu abrisse a boca para contar o que fosse para alguém. 

Você que está lendo isso deve está pesando que minha mãe era o capeta, mas se engana completamente. Minha mãe era muito dissimulada. Bonita e quase sempre agradável a todos.

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