terça-feira, 28 de outubro de 2014

SE ME AMA, DEIXE-ME LIVRE!



“...O Bem Amado diz a Bem Amada: ‘Vá! Vá para você mesma!’ Amar alguém não é somente lhe dizer: ’Venha, torne-se como eu, seja como eu sou’, pois isto é a redução do outro ao seu igual. Mas o amor diz: ‘Vá, torne-se um outro, seja o que você é; e quando você se tornar o que é poderemos, em verdade, nos encontrar.”

Tirei esse trecho do livro de Jean-Yves Leloup, Uma Arte de Amar para os Nossos Tempos, para fazermos uma reflexão sobre o que é o amor.
Mês dos namorados, das festas juninas, do calor das fogueiras, dos abraços e dos beijos. Jean-Yves fala que beijar alguém é estar à escuta do sopro que lhe é comum sem perder minha identidade. E isso, é muito diferente de sermos a metade que faltava no outro. Não somos parte para precisarmos de uma metade. Somos inteiros. Se no relacionamento deixo de ser eu mesmo para estar com o outro, esqueço quem eu sou.

Percebo que muitas pessoas quando se relacionam deixam de lado o que gostam, abrem mão dos desejos e dos sonhos mais caros. Abrem mão de tantas coisas que acabam se perdendo no caminho. Perder nossos desejos é como abrir mão da nossa alma. No início pode até parecer que é isso que o outro quer, mas com o tempo o relacionamento perde o encanto. Relacionamento é uma dança de dois. Se um deixa de existir acaba a relação.

Amar é querer a liberdade do outro. A relação de um amor verdadeiro é o encontro de duas liberdades. Eu amo e sou amado se posso estar ao lado do outro sendo quem eu sou. Simplesmente porque essa é a única possibilidade: Ser quem eu sou. Jean-Yves coloca que: “Amar alguém é corá-lo, é conduzi-lo à sua completude, pois só entre dois seres completos e inteiros pode existir uma verdadeira aliança.”

Colocar uma aliança na mão do outro com o nosso nome não quer dizer que o outro, a partir daquele momento, se torna nosso, nossa propriedade. Muito pelo contrário, simboliza que essas duas vidas estão caminhando juntas com o compromisso de um ajudar ao outro a se desenvolver. Nós só crescemos e evoluímos no encontro. Certamente, isso não é uma tarefa fácil. É um aprendizado a ser conquistado a cada momento durante toda vida.

Leloup comenta que demoramos um minuto para coroar alguém, mas toda uma vida para permitir-lhe florescer. Acho preciosa essa analogia. E assim, podermos juntos contemplar o florescimento do outro. Então quando oferecer flores à pessoa amada ofereça também florescimento, liberdade.
Acredito que estamos nessa vida para nos encontrar. E nesse mês dos namorados desejo à você, antes de tudo, um encontro com você mesmo. E certamente isso possibilitará um lindo encontro verdadeiro com o outro.
P/ Lydia Joffily - Psicóloga

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